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Amda solicita ação do MP para incluir medidas preventivas em obras na estrada do Parque do Rola Moça

Amda solicita ação do MP para incluir medidas preventivas em obras na estrada do Parque do Rola Moça
Crédito: Instituto Estadual de Florestas (IEF)

Em representação enviada à Promotoria de Brumadinho, a Amda solicitou incorporação de medidas preventivas ao projeto de melhorias da estrada, visando proteger a fauna silvestre contra atropelamento, corte desnecessário de vegetação e segurança dos usuários.

O projeto, em elaboração, será executado pela Vale assim que for aprovado pelas instituições públicas responsáveis pelo acordo judicial firmado com a empresa após a tragédia do Córrego do Feijão.

“Não somos contra as melhorias pois a estrada é perigosa, com curvas fechadas ao longo de abismos. Mas é preciso garantir implantação de medidas para proteger o Parque. Seria irônico ele ser prejudicado por obra sustentada por recurso oriundo de uma tragédia ambiental”, diz Dalce Ricas, superintendente da entidade.

Na representação, a Amda lembra que a estrada atravessa quatro municípios (Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho), sendo que este último será mais beneficiado, pois ela é caminho para o Inhotim.

“Para garantir proteção da fauna e flora do parque e a segurança dos usuários terá de ser implantado sistema de fiscalização constante. Mas a estrada abrange quatro municípios. Quem fiscalizará, aplicará multas e atuará em caso de acidente?”, pergunta Lígia Vial, assessora jurídica da Amda.

Neste aspecto, Amda e prefeitura de Brumadinho têm a mesma posição: estadualização da rodovia, o que foi até agora rejeitado pela Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrura). Para Lígia, o impacto tem de ser resolvido antes de qualquer intervenção.

“As melhorias facilitarão aumento de velocidade e consequentemente de acidentes com pessoas e animais. Passam pela estrada, diariamente, milhares de veículos. E infelizmente, é comum motoristas irresponsáveis desenvolverem velocidade até 100 km”, diz a assessora jurídica.

Proibição de circulação de veículos de grande porte, como carretas e ônibus turísticos, conforme previsto no Plano de Manejo do parque, é outra solicitação feita ao MP. As melhorias beneficiarão turismo, o que aumentará tráfego de ônibus e caminhões. Mas a estrada não foi projetada para isto, segundo o próprio DER. Impossível a convivência entre veículos pequenos e carretas numa estrada estreita e lotada de curvas. Há outras vias alternativas, esclarece a entidade.

A Amda também alerta para outros riscos, como descarte irregular de resíduos por usuários da rodovia, derramamento de substâncias tóxicas, incêndios florestais e danos aos mananciais protegidos pelo Parque, que por si demandam sistema de gestão eficiente.