2023 pode bater recorde de temperaturas globais

O ano de 2023 está a caminho de se tornar o mais quente dos últimos 125 mil anos. De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, a temperatura já está 1,43ºC acima da média do período pré-industrial (1850-1900).
No dia 17 de novembro, o mundo vivenciou, pela primeira vez, temperatura média global 2°C acima da era pré-industrial. Em comparação aos últimos 30 anos, a anomalia representa um aumento de 1,17°C. Os últimos meses têm sido de muito calor e eventos climáticos extremos em diversos pontos do globo.
A temperatura global em outubro ficou atrás somente do mês de setembro. Segundo dados do serviço Copernicus, o mês passado foi 1,75ºC mais quente que a média do final do século XIX.
Cientistas destacam que o calor recorde de outubro é mais um exemplo do impacto devastador do aumento das emissões de gases de efeito estufa e do El Niño, fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
Embora o El Niño deste ano não tenha atingido os níveis de eventos anteriores, como os de 1997 e 2015, especialistas alertam que o planeta está em um caminho alarmante. A Organização Meteorológica Mundial prevê que o atual El Niño persistirá até abril de 2024, causando temperaturas elevadas igualmente elevadas no próximo ano.
Luciana Gatti, pesquisadora especialista em emissões de carbono do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), destaca que, apesar do conhecimento global sobre as mudanças climáticas, as emissões de gases continuam a aumentar anualmente.
Em 2015, o Acordo de Paris estabeleceu a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC até o final do século. No entanto, a humanidade está no caminho um aumento de aproximadamente 2,4ºC.
“A humanidade sabe que isso está acontecendo e as emissões não só não diminuem como aumentam. O ser humano está caminhando para a catástrofe conscientemente”, afirma a pesquisadora.