Notícias

Floresta da Tijuca é barreira contra poluição atmosférica no Rio de Janeiro

Floresta da Tijuca é barreira contra poluição atmosférica no Rio de Janeiro

Estudo mostra que a densidade da cobertura vegetal da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, atua como eficiente barreira contra a poluição. A pesquisa foi realizada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

Considerada uma das maiores florestas urbanas do mundo, a Floresta da Tijuca abriga um importante remanescente de Mata Atlântica, bioma que desempenha papel crucial na regulação do clima, disponibilidade de água e qualidade do ar.

Ao realizar medições dentro da floresta e em zonas urbanas na capital fluminense, os pesquisadores descobriram que o ar chega a ser sete vezes mais puro na área verde do que em outros pontos da cidade.

“A gente escolheu quatro locais, sendo dois de áreas verdes. Dentro da Floresta da Tijuca, a gente pegou o Parque Nacional da Tijuca e o Parque Estadual do Grajaú. E pegamos também dois bairros da Zona Norte, que foi a Tijuca (Praça Saens Pena) e Del Castilho”, explicou o professor Clayton Martins, um dos autores do estudo.

A concentração de hidrocarbonetos precursores de ozônio (HCs) na Floresta da Tijuca foi bem menor do que nos distritos urbanizados. O mesmo ozônio que protege o planeta da radiação ultravioleta na estratosfera, tem efeitos tóxicos nas camadas mais baixas da atmosfera.

O material particulado fino, o óxido de nitrogênio e o ozônio troposférico são os poluentes mais perigosos à saúde humana. A alta concentração dessas moléculas é um sinal de má qualidade do ar.

Os pesquisadores destacaram a importância da Floresta da Tijuca e da Mata Atlântica para a redução dos poluentes atmosféricos, principalmente em grandes cidades como o Rio de Janeiro.

Como as florestas ajudam a conter a poluição:

Barreira natural: as florestas funcionam como um “filtro” que retém e absorve partículas e gases poluentes presentes na atmosfera.

Redução das emissões: as florestas têm menos atividades industriais e menor tráfego de veículos do que as áreas urbanas, o que resulta em menores emissões de poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, emitidos com a queima de combustíveis fósseis.

Produção de oxigênio: as árvores e plantas nas florestas realizam a fotossíntese, um processo que transforma o dióxido de carbono (CO2) em oxigênio. Este ciclo natural ajuda a limpar o ar e diminuir a concentração de CO2, um dos principais gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global.

Efeito de sumidouro: as florestas podem funcionar como sumidouros de carbono, isto é, elas absorvem mais dióxido de carbono do que emitem. Isso ajuda na regulagem do clima e melhora a qualidade do ar.

Influência climática: as florestas, especialmente as de grande extensão como a Mata Atlântica, podem afetar o clima local, criando microclimas mais suaves e propícios para a dispersão de poluentes.

Menor reatividade química: algumas partículas e gases poluentes, como os hidrocarbonetos, reagem quimicamente com a radiação solar e podem formar ozônio e outros poluentes secundários. Nas áreas florestais, a menor desses componentes reduz a formação de poluentes secundários.