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Pesca da piracatinga é proibida por tempo indeterminado

Pesca da piracatinga é proibida por tempo indeterminado
Crédito: Michael Bakker Paiva/ [CC BY 4.0]

O governo brasileiro estendeu, pela quarta vez, a proibição da pesca da piracatinga (Calophysus macropterus) no país. A moratória, existente desde 2015, vencia no último domingo (2/7). A decisão visa coibir o abate ilegal de jacarés e botos, utilizados como isca na pesca do bagre, que se alimenta de restos de animais mortos.

A portaria dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Pesca e Aquicultura (MPA) não estipulou o período de vigência da moratória, mas estabeleceu prazo de até três anos para reavaliar a sustentabilidade da atividade. “Caso não haja informações científicas suficientes, o princípio da precaução será aplicado, mantendo-se a proibição,” informou o governo.

A proibição abrange não só a pesca, mas também a retenção, o desembarque, o armazenamento, o transporte, o beneficiamento e a comercialização da piracatinga. Fica liberada somente a pesca para subsistência, com limite de 5 kg para alimentação exclusiva do pescador e sua família, e para pesquisas cientificas autorizadas pelo órgão ambiental competente.

Mercado

A piracatinga não é procurada pela população local, nem possui valor comercial no Brasil. A demanda é proveniente, sobretudo, da Colômbia. Desde que o consumo colombiano aumentou, as populações do boto-cor-de-rosa – a espécie mais impactada pela atividade – são reduzidas 10% a cada ano. Se nada for feito, a espécie pode ser extinta dentro de algumas décadas.

Embora o comércio da piracatinga também seja proibido na Colômbia, toneladas do bagre continuam sendo exportadas anualmente. Conhecido como urubu-d’água por se alimentar de restos de animais mortos, o peixe possui altas concentrações de mercúrio e outros metais tóxicos, por isso seu consumo não é recomendado.