União Europeia discute lei para restaurar e preservar ecossistemas
Está em discussão na União Europeia (UE) uma legislação pioneira para restauração e preservação da biodiversidade. A proposta para a Lei do Restauro da Natureza, que integra o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), prevê recuperação de pelo menos 20% das áreas terrestres e marítimas do bloco até 2030 e de todos os ecossistemas degradados até 2050.
Estima-se que mais de 80% dos ecossistemas europeus estejam degradados, o que impacta diretamente a vida selvagem. Em petição criada no Avaaz, mais de 670 mil pessoas pedem a aprovação de uma lei efetiva para a biodiversidade. A pressão da indústria, agropecuária e outros setores que querem uma legislação ambiental mais branda tem travado o avanço da lei.
Os eurodeputados de centro-direita alegam que muitas terras agrícolas serão afetadas pela restauração e isso poderá ameaçar a segurança alimentar na Europa, informou o jornalista da Euronews Johannes Pleschberger. “O maior grupo no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu, tem se oposto à lei”, disse.
Apesar das críticas de que a legislação trará perdas econômicas e prejudicará o abastecimento da população, seu objetivo é justamente impedir que isso aconteça, já que só com a proteção da biodiversidade e restauração dos ecossistemas é possível garantir a produção de alimentos e a prevenção de desastres naturais.
A restauração de rios, florestas, pastagens, zonas úmidas e marinhas, incluindo as espécies que vivem nelas, é a forma mais eficaz de garantir a qualidade água e do ar, a polinização das culturas e a proteção contra enchentes e secas, limitando o aquecimento global a menos 1,5°C, como determina o Acordo de Paris.
“Como cidadãos e cidadãs de todo o mundo preocupados com a degradação desenfreada do meio ambiente, pedimos que seja aprovada uma lei ambiciosa e efetiva para a Restauração da Natureza, com metas claras sobre prazos e resultados para 2030 e 2050. Com essa lei, é possível dar o exemplo para líderes de todo o mundo. É uma oportunidade única para mudar o rumo da crise global da natureza e da biodiversidade, e colocar os ecossistemas, incluindo as terras agrícolas, no caminho da recuperação”, aponta a petição.
