Amda participa de conferência global sobre incêndios florestais
A Amda participou da mais importante conferência global sobre incêndios florestais, realizada em Porto, Portugal entre os dias 16 e 19 de maio, que reuniu mais de 1.200 participantes, entre representantes de entidades governamentais, academia e sociedade civil, provenientes de mais de 80 países.
Para o geógrafo Luiz Gustavo, que representou a entidade, a importância do evento explica-se pela necessidade de aprimorar conhecimentos diversos sobre prevenção e combate a incêndios.
O Manejo Integrado do Fogo (MIF), foi um dos temas mais discutido no evento, pois tem sido destacado cada vez mais, como estratégia fundamental para sucesso na prevenção e controle de grandes incêndios, além de inovações técnicas de equipamentos e ampliamento da cooperação nacional e internacional.
Entre as inovações tecnológicas apresentadas ele destaca a Wildfire Analyst, ferramenta computacional em nuvem, capaz de apoiar a tomada de decisões antes, durante e após incêndios florestais. Ela é capaz de apresentar o risco de incêndio florestal em tempo real, previsões de propagação e do comportamento do fogo e de planejar mitigação dos riscos em uma única plataforma.
Foram quatro dias de palestras e encontros com cerca de 200 especialistas dos Estados Unidos, Chile, Brasil, Austrália, África do Sul, Canadá, entre outros países. A importância da contenção dos incêndios florestais para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 C º, como determina o Acordo de Paris, marcou inúmeros pronunciamentos.
O presidente do conselho de administração da Agência Portuguesa para a Gestão Integrada de Incêndios Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, abriu o evento com a mensagem: “Precisamos de retirar o lado emocional do fogo e substituí-lo pela gestão racional do fogo.” Ele defendeu uma abordagem equilibrada de articulação de políticas e envolvimento das comunidades para gestão dos incêndios.
Uma tônica que marcou praticamente todas as mesas de discussão foi a imprevisibilidade quanto à dimensão dos incêndios e de seus impactos ambientais e sociais, principalmente em áreas mais críticas do planeta, situação decorrente da mudança climática globais. Registra-se uma tendência geral na intensidade desses eventos, em função da extensão dos períodos de secas severas em vários países, inclusive em alguns que nunca haviam enfrentado o problema.
Pioneirismo
Há muito a Amda se dedica a esse tema, tendo sido pioneira no combate voluntários a incêndios desde a década de 1990. O fogo era visto como “normal” pela sociedade e poder público. Então, ao mesmo tempo que combatia os incêndios, a entidade lutava para que se tornassem socialmente intoleráveis, cobrando ação dos bombeiros e do IEF e pronunciando-se sobre os gigantescos impactos ambientais e sociais dos mesmos.