Clima no Brasil está cada vez mais quente e com chuvas mais intensas
Foi comprovado que o clima no Brasil está cada vez mais quente e as chuvas cada vez mais intensas e frequentes. A conclusão é de estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em março deste ano. A nova edição das “Normais Climatológicas” apresenta os valores médios das variáveis meteorológicas das últimas três décadas.
O relatório apresenta as temperaturas médias, máximas e mínimas, níveis de umidade relativa do ar e dados sobre as estações obtidos entre 1991 e 2020. A pesquisa mostra que grandes cidades como Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e Curitiba, tiveram grande aumento na temperatura média nos últimos anos.
Em São Paulo, as madrugadas se tornaram mais quentes: a temperatura mínima nos meses de julho e abril subiu 2,7ºC em comparação a 1931. Em Cuiabá, no Mato Grosso, outubro de 2020 foi 1,6ºC mais quente em comparação ao mesmo mês de 1931.
Os resultados também indicam aumento no volume de chuvas. Em Barcelos, no Amazonas, a precipitação aumentou, em média, 244 milímetros (mm). O aumento mais significativo foi observado nos meses de fevereiro a maio. As cidades de Maceió (AL) e Mirante do Santana (SP) também registraram aumento de chuvas.
Chuvas torrenciais, caracterizadas pela alta intensidade e curta duração, também estão mais frequentes. Em São Paulo, os dias de chuva forte com volumes acima de 80mm saltaram de nove para 16 entre 2011 e 2020, em relação à década anterior. Chuvas com volume acima de 100mm passaram de dois para sete dias, um acréscimo de mais de 300%.
Especialistas atribuem os eventos extremos e as mudanças do clima às interferências humanas, como queimadas, atividades industriais e transportes.
Chuvas assolaram a capital mineira
Assim como a temperatura, o volume de chuvas aumentou na capital mineira. Em 2020, o município enfrentou o janeiro mais chuvoso da história. Entre os dias 23 e 25 de janeiro, choveu 97% do esperado para o mês. Segundo o Inmet, Belo Horizonte registrou 935,2 milímetros de precipitação naquele mês, quase o triplo da média esperada para o período.
Pelo menos 56 mortes foram relacionadas às inundações e aos deslizamentos de terra causados pelas tempestades. Um estudo publicado na revista Climate Resilience and Sustainability mostrou que as mudanças climáticas elevaram em 70% o risco de fenômenos naturais extremos em comparação com a temperatura pré-industrial.
Com informações de Inmet e Greenpeace Brasil.
Notícias relacionadas: