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Santa Casa de Juiz de Fora quer suprimir Mata Atlântica para ampliar estrutura

Dois hectares de Mata Atlântica podem ser destruídos para expansão do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. A área é considerada pelo plano diretor do município como de excepcional beleza, próxima a unidades de conservação e que abriga espécies ameaçadas de extinção. O processo se arrasta desde 2015 e será discutido novamente nesta quarta-feira (13) em reunião extraordinária da Unidade Regional Colegiada da Zona da Mata (URC ZM), em Ubá, às 14h.

O imbróglio teve início na Comissão Paritária (COPA). Apesar da análise da Superintendência Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata (Supram) ser contrária ao deferimento do pedido da Santa Casa, a conclusão do parecer foi por seu deferimento. À época, Egídio Freitas Morais Júnior, vice presidente do Instituto Ambiental Sol do Campo e um dos conselheiros titulares da URC, tentou pedir vistas do processo.

“Após discussão acalorada com a presidente da Copa, que queria aprovar o processo a qualquer custo, tentando restringir o meu direito regimental de pedir vistas, o processo foi posteriormente baixado em diligência pela própria equipe da Supram ZM, haja vista flagrantes irregularidades”, relatou.

Depois de quase três anos o processo foi novamente colocado em pauta no final de novembro, com manifestação pelo indeferimento da equipe técnica e jurídica da Supram. “Entretanto, a pressão exercida pela Santa Casa foi tão grande que diversos conselheiros se manifestaram contrariamente à conclusão do parecer da Supram e seis se abstiveram da votação”, contou Egídio. Segundo ele, diversos conselheiros afirmaram que a saúde humana deve se sobrepor à questão ambiental.

Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, é surpreendente que a Santa Casa proponha suprimir dois hectares da rara Mata Atlântica no Brasil. “Em nosso entendimento, os conselheiros devem basear seu voto no parecer único da Supram que é contrário à supressão da Mata Atlântica”, afirmou.

Atualização

O projeto foi rejeitado na reunião, com apenas dois conselheiros com opiniões divergentes do parecer da Supram. Apesar da vitória, o empreendedor pode entrar novamente com o processo. Continuaremos acompanhando e seguindo firmes na luta pela proteção do meio ambiente.