Santa Bárbara é pioneira em cemitério vertical ecológico no Brasil
A Prefeitura de Santa Barbara inaugura, hoje, o primeiro cemitério vertical biosseguro público do Brasil e o único de Minas Gerais. Ele contará com 265 gavetas, distribuídas em sete andares e com durabilidade superior a 50 anos. A cada túmulo construído, 167 garrafas pet foram recicladas. O modelo de sepultamento também não contamina o ar, o solo ou o lençol freático.
O padrão sustentável começa com a produção de lápides e gavetas. As lápides são feitas com um tipo de granito ecológico desenvolvido a partir do bagaço da cana-de-açúcar, palha de coco seca, carbonato de cálcio misturado com areia, fibra de vidro e resina com garrafa pet reciclada. Já as gavetas são compostas de fibra de vidro e resina de garrafa pet. O acabamento é em gel coat, material que facilita a conservação das superfícies e cria uma barreira química para não despejar resíduos no ambiente.
Os gases liberados no processo de decomposição são basicamente o gás sulfídrico, mercaptanos, dióxido de carbono, metano, amônia e fosfina. Os dois primeiros são conhecidos pelo demasiado mau cheiro e alta periculosidade à saúde humana e ao meio ambiente. Em humanos, eles podem causar até a morte e, se liberados na atmosfera, podem provocar chuvas ácidas. Pensando nisso, as gavetas não possuem poros, evitando o vazamento de gases e líquidos provenientes do processo. Contudo, há dispositivos que permitem a troca gasosa, propiciando condições favoráveis à decomposição.
Para manter a segurança do processo, uma cabine acoplada às gavetas monitora a pressão, temperatura e umidade de cada túmulo. Nela são tratados os gases que saem das gavetas para serem devolvidos ao ambiente livre de odores. A cabine também recebe ar limpo da natureza e o injeta nas gavetas ocupadas. A vedação acontece automaticamente após entrada de um cadáver. O procedimento detecta furos ou falhas na lacração, permitindo que os vazamentos ocorridos na operação sejam reparados.
Além dos fatores ambientais, o cemitério vertical economiza espaço: as gavetas ocupam cerca de 445 m2 a menos que um túmulo convencional. Com isso, a proporção é de um sepultamento comum para cada sete verticais. O sistema rotativo de gavetas também resolve a necessidade de novas sepulturas com o passar do tempo. Os corpos ficam nos lóculos por apenas três anos – tempo necessário para decomposição do cadáver – e depois são encaminhados para um ossuário, com identificação de cada sepultado.
Segundo a prefeitura, o cemitério foi construído nos moldes da resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) 335/2003. Foram investidos R$ 447.555,63.
Com informações da Prefeitura de Santa Bárbara