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Especulação imobiliária ameaça áreas verdes em Belo Horizonte

A Campanha da Fraternidade deste ano enfatiza o cuidado com os biomas brasileiros. Nas grandes cidades, as poucas áreas verdes que ainda resistem precisam do apoio da população para sobreviver à especulação imobiliária. Em Belo Horizonte, sete matas estão ameaçadas.

No bairro Jardim América, região Oeste, centenas de moradores se organizam, há cinco anos, pela preservação de mata que eles próprios já chamam de “Parque Jardim América”. O local é fechado por muros e eles não têm acesso ao pequeno bosque, mas o defendem como se fosse parte de seu quintal. “São 20 mil metros quadrados, única área verde remanescente da origem do bairro”, conta o morador João Batista da Silva.

O conflito acontece entre a construtora MASB e o Grupo Organizado de Moradores e Usuários do Jardim América. A empresa protocolou na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em 2012, pedido de autorização para empreendimento de 276 apartamentos, 29 lojas, 40 salas comerciais e 752 vagas de garagem. O projeto segue parado devido a uma ação civil do Ministério Público, porém não há garantias quanto à preservação da mata.

A situação é bem parecida a outras seis áreas de BH: a Mata do Mosteiro, Mata do Planalto, Mata São João Batista (Lareira), Mata do Isidoro, Mata da Baleia e o Complexo da Pampulha. Por não serem reconhecidos oficialmente como espaços de conservação ambiental, esses locais podem ser transformados em loteamento a qualquer hora, alerta o Movimento das Associações de Moradores (MAM BH), segundo seu presidente Fernando de Santana.

Local de disputa por moradia, a Mata do Izidoro é também a maior área verde da capital. São 10 milhões de metros quadrados, 280 nascentes e 64 córregos, na zona norte. A região está dividida entre duas classificações de preservação: uma de preservação máxima, onde é proibido qualquer tipo de construção ou intervenção, e uma em que é permitida construções, desde que se preserve parte da área.

Uma possível solução pode ser o cumprimento da promessa de Alexandre Kalil (PHS), prefeito de Belo Horizonte, de utilizar meios administrativos para barrar os loteamentos. Em encontro com ambientalistas, em 22 de março, ele afirmou que a Mata do Planalto e Jardim América estão resguardadas. “Vai ser mantida a palavra que eu dei na campanha. Ali [Mata do Planalto] não será feito nada. Eu agora sou prefeito e a solução será administrativa da Prefeitura”, garantiu.

Com informações do Brasil de Fato