Funcionários de parques estaduais estão com os salários atrasados há dois meses e pela segunda vez no ano

Após receber denúncia de que em diversos parques os salários dos funcionários estão atrasados há mais de dois meses, a Amda apurou que além do atraso, a empresa Cristal que os contrata está com a Certidão Negativa de Débitos vencida (o documento é exigido para repasse dos recursos pelo Estado através da Semad) e desde final de 2015 não recolhe FGTS e há casos em que férias vencidas há dois anos ainda não foram pagas.

Em contato com a Cristal a entidade foi informada que o setor jurídico da Semad está analisando possibilidade de transferir o recurso mesmo com a CND vencida. Caso o repasse não possa acontecer desta maneira, a funcionária afirmou que a Cristal não sabe como a situação será regularizada, já que a empresa depende do recurso para quitar os impostos e conseguir uma nova certidão.

Não é a primeira vez que os funcionários são prejudicados pelos atrasos da empresa. No começo desde ano, o mesmo problema com a CND vencida fez com que a Cristal ficasse sem pagar os servidores nos meses de janeiro, fevereiro e março.

A Amda enviou hoje (13) ofício para o Secretário-Adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Germano Luiz Gomes Vieira; Secretário de Estado, Helvécio Miranda Magalhães Júnior; e Secretário de Estado de Fazenda, José Afonso Bicalho Beltrão da Silva, solicitando informações sobre quais providencias estão sendo tomadas para que os salários sejam pagos e para que a situação não volte a acontecer. A Semad, após a secretaria da fazenda, é a que mais arrecada no Estado.

“Considerando que a responsabilidade primeira neste caso é do Estado; que os funcionários dos parques são indispensáveis à sua gestão e proteção; que continuamos com risco de incêndios; que ouvimos casos de quase desespero de funcionários que não têm mais a quem recorrer para a própria sobrevivência; que neste ano é a segunda vez que acontece o mesmo problema; que a Semad, além da Fazenda, é a secretaria que mais arrecada e finalmente que esta situação não pode realmente perdurar, solicitamos a V.Sa. que nos informe que providências estão sendo tomadas para resolvê-la no presente e para que não volte a se repetir”, afirmou a entidade no ofício.

A Amda ouviu depoimentos desesperados de funcionários que não conseguem mais crédito nem para comprar alimentos. “A situação é prá lá de lamentável e revoltante. A maior parte dos salários é abaixo de R$ 1.000,00. Nada justifica o que está acontecendo”, diz a superintendente da entidade, Dalce Ricas.