Atlas da carne apresenta dados sobre consumo
No Brasil, para cada um quilo de carne, gastam-se 15 mil litros de água. Esse é um dos dados apresentados pelo Atlas da Carne – fatos e números sobre os animais que comemos. A publicação analisa como a grande demanda por essa produção contribui para o desmatamento na Amazônia, mudanças climáticas, poluição dos solos e da água e, contraditoriamente, fome e pobreza.
Segundo o documento, se o consumo de carne continuar crescendo, em 2050 será necessário produzir 150 milhões de toneladas extra de carne, agravando os problemas. O Atlas da Carne estimula reflexões sobre como implementar uma pecuária “ecológica, social e ética” como contraponto ao agronegócio nos Estados Unidos, na União Europeia e na América Latina. A publicação sugere alternativas ao atual modelo, como produzir e consumir a carne localmente, evitando o transporte por milhares de quilômetros. A criação intensiva, visando a exportação, leva ao uso de fármacos para erradicar doenças e acelerar a engorda do gado. A contaminação do solo e da água, entre outras, são as consequências.
A publicação também registra como a criação animal em escala industrial traz consequências como a fome, já que a produção intensiva fica sempre em primeiro plano, em detrimento das necessidades nutricionais de cada país. O cercamento de terras para esse objetivo também causa o deslocamento de pequenos produtores, intensificando problemas sociais. A perda de biodiversidade também é outra grave consequência desse avanço sobre as terras.
O Atlas da Carne foi elaborado por pesquisadores do Brasil, Chile, México e da Alemanha e está disponível para download gratuito aqui.