Ibama nega pedido da Samarco para adiar retirada de lama em Candonga
O Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou pedido da Samarco para adiar a retirada da lama acumulada na hidrelétrica de Candonga, no rio Doce. A usina foi um dos pontos atingidos pelo mar de lama gerado pelo rompimento da barragem de Fundão, que pertence à mineradora, em Mariana, em novembro de 2015.
Segundo Marcelo Belisário Campos, superintendente do instituto em Minas Gerais, a Samarco não conseguiu cumprir acordo firmado com o Ibama e tentou alterar o prazo. A previsão inicial era de que o trabalho fosse concluído em dezembro de 2016.
Em nota, a mineradora afirmou que o volume de lama na represa é maior que o projetado pela empresa. De acordo com a Samarco, em março, quando foi assinado TTAC (Termo de Transação e Ajuste de Conduta), a estimativa era que havia cerca de 550 mil metros cúbicos de rejeitos nos primeiros 400 metros desde o barramento de Candonga. “Até o final do ano será retirado do reservatório um volume maior do que este compromisso: 686 mil m³. Mas em nova batimetria (medição) executada após o período chuvoso de 2015/2016, foi constatado que o total de rejeito na área havia atingido 1,3 milhão de metros cúbicos. É esse aumento no volume do rejeito, além da criação de áreas ambientalmente corretas para sua destinação, que obriga o prolongamento do trabalho de dragagem até junho de 2017”.
Ao negar o pedido, o Ibama pontuou que por se tratar de questão emergencial, a empresa “deve buscar a todo momento alternativas que não só recuperem os cronogramas, mas que especialmente os antecipem, não se admitindo atrasos os quais, para o caso específico, podem colocar em risco a estabilidade da estrutura de grande porte da Usina Hidrelétrica – Candonga demandando ações preventivas considerando cenários catastróficos os quais não podem ser descartados”.
Relatório emitido pelo Ibama em abril alerta que Candonga pode ruir.
Com informações do Estadão