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Amda solicita ação do Ministério Público contra a Prefeitura de Belo Horizonte

Amda solicita ação do Ministério Público contra a Prefeitura de Belo Horizonte
Crédito: Divulgação.

Press Release

Belo Horizonte, 13 de junho de 206 – A Amda encaminhou, no dia 9 de junho, ofício à promotora Anelisa Cardoso Ribeiro, coordenadora em exercício do Grupo Especial de Defesa da Fauna (Gedef), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), solicitando vistoria ao zoológico de Belo Horizonte pelo corpo técnico do MP, abertura de inquérito civil público para apurar responsabilidades e determinação de fechamento do zoológico, se for o caso, tanto para garantir segurança dos visitantes, como dos animais.

As solicitações decorreram em função de cortes no orçamento da Fundação Zoo-Botânica, responsável pela administração e manutenção do zoológico, que resultaram de imediato na demissão de 33% dos funcionários – 105 de 310. A entidade solicitou também, formalmente, ao Instituto Estadual de Florestas, em ofício enviado à diretora de proteção da fauna, Sônia Cordebelle, que seja realizada vistoria imediata na instituição e emissão de laudo técnico que comprove ser possível sua manutenção e principalmente ateste o tratamento correto dos animais. Desde janeiro de 2016, a responsabilidade por este tipo de ação foi passado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao órgão estadual.

No final de 2015, o Ibama informou à Amda que pelas regras que se aplicam a zoológicos, o de BH estava habilitado a funcionar. No entanto, o corte determinado pela prefeitura provocou mudanças que modificaram substancialmente as condições que justificaram este posicionamento do órgão.

De acordo com matéria publicada pelo jornal O Tempo no último dia 4, técnicos do zoológico elaboraram relatório apontando preocupação em especial com a segurança, manejo, alimentação e cuidados veterinários dos mesmos, decorrentes da demissão dos funcionários.

Entre as áreas afetadas pelas demissões estão vigilância, cuidados com animais, bilheteria e limpeza. Conforme o documento assinado por 14 técnicos, os cortes facilitam roubos de animais e equipamentos, dificultam os cuidados com a saúde dos bichos, além de liberar o acesso do público de maneira muitas vezes perigosa aos animais. Além disso, eles reportam uma “deficiência crônica” na manutenção dos recintos, o que gera problemas de manejo e, novamente, de segurança. São “portões que não abrem, vazamentos ou falta de água e cercas elétricas com mau funcionamento”. No zoológico estão presos 3.820 animais.

A matéria informa ainda que a Fundação teve perda de 15% da verba destinada à manutenção do estabelecimento.

“É inaceitável. Além de estarem presos, sem nunca terem cometido crimes, os animais correm risco de passar fome, de segurança e de serem roubados para venda ou consumo”, diz Dalce Ricas, superintendente da Amda.

Em resposta ao ofício, Sônia Cordebelle informou que está sendo “agendada uma visita ao zoo para acompanhamento das reformas dos recintos e a expectativa é que a mesma ocorra ainda neste mês”. Em contra resposta a Amda reafirmou a gravidade do assunto e solicitação de providências imediatas para verificar a situação, lembrando que o zoo está dentro da cidade.

Para mais informações: (31) 3291-0661