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Pesquisadores sobrevoam 20 países africanos para contabilizar população de elefantes
Há dois anos, cerca de 90 pesquisadores sobrevoam os céus africanos para contabilizar elefantes. Este é o maior recenseamento animal de todos os tempos. Somando todos os voos, daria para chegar à Lua, ou dar mais de dez voltas em torno da Terra: são mais de 450 mil quilômetros. O censo foi financiado pelo bilionário da Microsoft, Paul G. Allen.
Existem elefantes em 37 países africanos. O censo se limitou aos 20 países que deram permissão para os sobrevoos, mas nessa área estima-se que estão 90% desses animais, incluindo países nunca pesquisados até agora, como Angola. O trabalho de campo já está praticamente encerrado e os dados agora estão sendo analisados.
“Estamos vendo a maior taxa de mortalidade de elefantes da história. Até 20% dos elefantes de África podem ser mortos nos próximos dez anos se a caça ilegal continuar no ritmo atual. Agravando isso temos a rápida perda de habitat dos elefantes por conta da mineração, das madeireiras e de outras formas de expansão humana”, declarou Allen.
Antes do censo, dados da União Internacional para a Conservação da Natureza indicavam que o número de paquidermes do continente teria caído de 550 mil para 470 mil entre 2006 e 2013. Estima-se que, no começo do século 20, a África tinha algo em torno de 10 milhões de elefantes.
A pior notícia até agora, segundo reportagem da Folha de São Paulo, foi a alarmante queda de 53% dos elefantes na Tanzânia, país com vários parques nacionais e que, diferentemente de outras nações, não sofreu guerras e, portanto, não viu o número diminuir em função do conflito.
De estimados 109 mil elefantes em 2009, foram identificados apenas 51 mil em 2015. O país se tornou a maior fonte de marfim ilegal no leste africano. Depois da divulgação dos números, a Tanzânia contratou mais guardas florestais e deu mais recursos para os parques.
Do lado positivo estão os dados de Botsuana, com exatos 129.939 elefantes observados em 2014. O número tem se mantido bastante estável nos últimos anos.
Embora o número seja pequeno, os cerca de 5.000 elefantes de Uganda são uma boa notícia, pois na década de 1970 a população tinha caído para menos de mil.
“Os números em geral parecem mais positivos do que o esperado, sugerindo que a proteção está fazendo diferença. Mas não significa que nós podemos descansar. A caça ilegal é como a água: ela se move para o caminho de menor resistência”, disse Matt Brown, diretor de Conservação para África da ONG The Nature Conservancy, parceira do censo. Áreas melhor patrulhadas têm mais animais vivos, e menos carcaças.
Com informações da Folha de São Paulo