Parque Nacional da Chapada Diamantina arde em chamas desde agosto

Desde agosto, as chamas consomem o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), na Bahia. Os incêndios são considerados os mais graves desde 2008, quando quase metade do parque foi atingida. Atualmente, quatro focos ameaçam a unidade de conservação; dois deles causam destruição há pelo menos 20 dias.
“Vivemos uma temporada de incêndio na Chapada. O fogo, na verdade, começou em agosto e nós estamos até agora tendo várias ocorrências. A gente apaga um e em seguida começa outro”, relata Cezar Gonçalves, chefe interino do PNCD.
Segundo ele, os brigadistas lutam para combater quatro focos de incêndio: dois no interior do parque e dois fora. O maior foco está localizado entre a Serra dos Cristais (Palmeiras) e Barro Branco (Lençóis). Essa queimada começou na última quinta-feira (12) e já consumiu uma grande área. O morro Branco, no Vale do Capão, também está em chamas. Ainda existem dois focos – um em Mucagê e outro em Ibicoara – devastando uma área fora da unidade de conservação, mas que ameaçam invadir o parque.
“Esse grande incêndio que atingiu a região norte do parque começou na beira da estrada. Foram dois pontos que o fogo começou ao mesmo tempo. Ai o calor, a temperatura elevada e a baixa umidade do ar favoreceram a permanência do fogo, mas o início dele foi um fogo na beira da estrada. Alguém passou com o carro e botou fogo em dois pontos diferentes. Por que? não sabemos”, afirma o analista ambiental.
A seca que atinge o local há três meses contribuiu para que as chamas se espalhassem rapidamente, o que dificulta o trabalho das equipes. O combate aos incêndios é feito por 42 brigadistas contratados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além deles, também atuam no local o Corpo de Bombeiros, o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis – Ibama) e sete brigadistas do Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro. Há ainda brigadas voluntárias dos municípios de Lençóis, Palmeiras, Mucugê, Piatã, Ibicoara, Barra da Estiva e Andaraí.
As equipes contam ainda com quatro aviões cedidos pelo governo do estado da Bahia e três helicópteros, dois estaduais e um do Ibama, que sofreu uma pequena pane nesta terça-feira (17), mas já está em conserto. O que falta para os brigadistas, tanto os do ICMBio e do Prevfogo quanto os voluntários, são equipamentos de proteção individual, sobretudo lanternas de cabeça.
Conforme Daniel Moreira Chagas, membro da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (BRAL), as equipes precisam de botas, coturnos, macacão, cordas, luvas, facão, enxada, lanternas, pilhas e material de primeiros socorros. Mais de 100 voluntários estão atuando na região.
Quem quiser ajudar, pode entrar em contato com as brigadas ACV-VP (Associação dos Condutores de Visitantes do Vale do Capão) pelo telefone: (75) 3344-1087 ou BRAL (Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis), pelo telefone: (75) 99857-3161.