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Samarco é multada em R$ 250 milhões por catástrofe ambiental em Mariana

Samarco é multada em R$ 250 milhões por catástrofe ambiental em Mariana
Bombeiros fazem busca no distrito de Bento Rodrigues

A mineradora Samarco foi multada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta quinta-feira (12), em R$ 250 milhões pela catástrofe ambiental provocada pelo rompimento das barragens do Fundão e Santarém em Mariana no último dia 5. Os danos ao meio ambiente resultaram, até o momento, em cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada, o máximo previsto na Lei de Crimes Ambientais. Relatório do Ibama aponta que 50 milhões de metros cúbicos de resíduos da mineração foram despejados no ecossistema. Os distritos de Bento Rodrigues e Barra Longa foram soterrados pela onda de lama, composta principalmente por óxido de ferro e sílica (areia).

As autuações foram definidas após vistoria realizada no local pela presidente do Ibama, Marilene Ramos. “Nada vai reparar o drama humano causado por esta tragédia, mas a empresa precisa ser penalizada pelo que provocou. O Ibama também vai entrar com uma Ação Civil Pública para garantir recursos para indenizar as famílias e reparar os danos materiais e ambientais”, afirmou.

A Samarco foi autuada por causar poluição hídrica; tornar áreas urbanas impróprias para ocupação humana; causar interrupção do abastecimento público de água; lançar resíduos em desacordo com as exigências legais; e provocar a mortandade de animais e a perda da biodiversidade ao longo do rio Doce, resultando em risco à saúde humana.

Água

Sem previsão para o retorno da captação, tratamento e distribuição da água do rio Doce, os cerca de 280 mil moradores de Governador Valadares enfrentam a falta d’água. O município decretou estado de calamidade pública. A presidente Dilma Rousseff prometeu empregar o Exército na solução do problema da cidade. As possibilidades são a construção de uma tubulação que vai levar água do rio Suaçuí Pequeno até a principal Estação de Tratamento de Água (ETA) de Valadares e também o uso de caminhões-pipa cedidos pela empresa e pelo Exército.

Na terça-feira, conforme reportagem do jornal Estado de Minas, a prefeita Elisa Costa (PT) assinou um decreto que permite que a água de poços artesianos particulares sejam compartilhados. “Posto de gasolina, residências, empresas têm esses poços de captação. Nós assinamos um decreto que permite que essa água seja oferecida à população e estamos pedindo para que se faça doação”, explicou.

Neste fim de semana, a lama deve interromper o abastecimento de água nas cidades capixabas de Baixo Gandu e Colatina.