Estacionamento da Universidade do Rio de Janeiro vai gerar energia solar para abastecer campus
28 de agosto de 2015
Na Ilha do Fundão
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou, na última semana (18), na Ilha do Fundão, o maior estacionamento solar em geração distribuída do país. Com capacidade para 65 carros, o espaço de 650 metros quadrados recebeu uma cobertura com 414 painéis fotovoltaicos, capazes de gerar 140 mil KWh de energia elétrica por ano, suficiente para abastecer até 70 residências com consumo médio mensal de 167 KWh. O projeto recebeu investimento de R$ 1,6 milhão.
A iniciativa é do Fundo Verde de Desenvolvimento e Energia para a Cidade Universitária da UFRJ, programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, criado por decreto governamental em 2012. O projeto é uma parceria entre o governo fluminense, a distribuidora Light e a universidade para financiar trabalhos de desenvolvimento sustentável no campus universitário. Os projetos financiáveis são aprovados pelo Conselho do Fundo Verde e passam por licitação pública.
A energia gerada será inserida na rede da Light e alimentará todo o campus. O uso das placas fotovoltaicas ajudará a reduzir o valor da conta de luz que, atualmente, gira em torno de R$ 4,5 milhões. Além da economia, com os painéis, cerca de 70 toneladas de dióxido de carbono (CO2) deixarão de ser emitidas por ano na atmosfera.
“Por conta de nosso enorme potencial hidrelétrico, tínhamos uma posição confortável em termos de energia renovável. Só que esse potencial não é mais suficiente para o atendimento da demanda de energia elétrica no Brasil. Tanto hidrelétricas quanto termoelétricas exercem forte impacto no meio ambiente e enfrentam muitas limitações, como regiões com grande biodiversidade, e a necessidade de um amplo sistema de transmissão para grandes centros. A energia eólica e a solar são as novas fronteiras de fontes renováveis. Com as iniciativas do Fundo Verde, pretendemos demonstrar a viabilidade e eficácia do uso da energia solar”, disse Suzana Kahn, coordenadora executiva do Fundo Verde e vice presidente do grupo de Mitigação do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Kahn lembra que fora do país o uso de energia solar fotovoltaica já é uma realidade, principalmente na Europa, China e Estados Unidos. No Brasil, ainda é uma alternativa incipiente, mas que tem muito potencial por ser um país tropical. “Esperamos que esse projeto do estacionamento, e depois o que será implementado no telhado do Hospital Pediátrico, tornem a Cidade Universitária o campus com maior uso de energia solar no Brasil, e ajude a propagar essa iniciativa para outras regiões”, disse.