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Floresta amazônica abriga observatório climático do mundo

Floresta amazônica abriga observatório climático do mundo
A torre de monitoramento

A floresta amazônica agora abriga o mais alto observatório climático do mundo. A estrutura de 325 metros está na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 156 quilômetros ao norte de Manaus. A torre, que custou cerca de 20 milhões de reais, é uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Estadual do Amazonas e Instituto Max Planck de Química, da Alemanha. O Observatório de Torre Alta da Amazônia (ATTO, em inglês) faz parte do programa de cooperação científica “Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia” (LBA), que inclui uma série de projetos que visam entender o papel da Amazônia no clima regional e global, bem como estudar os processos físicos-químicos-biológicos que mantem o ecossistema amazônico em funcionamento.

“O fato de estar distante das cidades e, portanto, da influência humana, garante a coleta de dados relativamente não adulterados”, explicou Meinrat Andrae, diretor do instituto alemão Max Planck, que impulsiona o projeto juntamente com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e outros centros especializados.

“Com esta torre vamos entender melhor qual é o papel da Amazônia nestas regiões florestais, seu efeito no clima local, mas também global”, declarou à AFP o professor Antonio Ocimar Manzi, coordenador do projeto do lado brasileiro, no alto da torre.

Ao longo de toda a estrutura estão instalados, em diferentes estágios de altitudes, instrumentos para medir a concentração de gases de efeito estufa, além do fluxo de vapor de água, balanço de radiação e propriedades físico-químicas de partículas de aerossóis e nuvens. Na base da ATTO, três conteiners abrigam laboratórios sofisticados. Parte importante do estudo será analisar o papel da floresta no transporte de grandes massas de ar no continente sulamericano.

Até agora foram realizados alguns testes-piloto, mas no restante do ano serão instalados os instrumentos para iniciar um longo caminho de estudos planejados para três décadas.