Bombeiros controlam dois incêndios na região do Parque Estadual Serra do Rola Moça
12 de agosto de 2015
Incêndio em outubro de 2014 assola Parque Estadual da Serra do Rola Moça / Crédito: Amda
Press Release
Belo Horizonte, 12 de agosto de 2015 – Na noite do último sábado (08) e nesta terça-feira (11), dois incêndios, o primeiro no Parque Estadual Serra do Rola Moça e o segundo na Serra da Calçada, foram debelados pelos bombeiros do Batalhão Especializado em Emergências Ambientais (Bemad), instalado no parque desde o ano passado.
O biólogo Francisco Mourão Vasconcelos, coordenador da brigada voluntária da Amda, participou do combate e ficou impressionado com a valentia e determinação dos bombeiros: “A atuação deles foi de ‘tirar o chapéu’. Tanto pela rapidez de resposta, quanto pela eficiência no combate. Chegaram a combater fogo em locais íngremes, com apoio de equipamentos de escalada. A criação do Bemad em 2014, com profissionais especializados no combate a incêndios florestais, foi sem dúvida um grande passo no avanço da estrutura do estado na proteção de ambientes naturais em Minas”, disse.
Mas, segundo Mourão, a situação é preocupante devido a carências diversas por que passa o Bemad. Faltam equipamentos diversos, como caminhões moto bombas e camionetes para transporte das equipes e dos materiais de combate. O único caminhão moto bomba disponível está parado há quatro meses, em manutenção. Trata-se de equipamento fundamental para combate a incêndios de maiores proporções, como o que aconteceu no dia 12 de outubro de 2014. O fogo saltou a rodovia que atravessa o parque e queimou extensa área. Devido à altura das chamas, somente jatos d’água pressurizados impediria isto. A Copasa, que é também responsável pela proteção do Rola Moça por possuir diversas captações no mesmo, tem um único caminhão que estava quebrado.
“Corremos o mesmo risco este ano. Quando as chamas ficam muito altas, os brigadistas não conseguem combater ‘corpo a corpo’ se não tiverem apoio de caminhões moto bombas. Nesses momentos não adianta apostar no heroísmo dos brigadistas. É preciso tecnologia”, afirmou a superintendente da Amda, Dalce Ricas.
A situação do Bemad ilustra as deficiências do PrevIncêndio. Há meses os bombeiros esperam por conserto de 30 bombas costais, equipamento também fundamental no combate em locais inacessíveis a veículos.
Na última reunião do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), ocorrida em 15 de julho, os conselheiros aprovaram proposta da Amda para realização de reunião com o Secretário de Planejamento do Estado, visando discutir a destinação das taxas de incêndio e fiscalização minerária cobradas pelo governo. Segundo informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), 72% dos recursos da última são desviados para a Secretaria da Fazenda, 18% para a PMMG e somente 8% são destinados à Semad. A taxa de fiscalização minerária foi instituída pelo governo anterior, mas o desvio dos recursos continua sendo mantido pelo atual.
A Amda enviou correspondência ao Secretário de Meio Ambiente Sávio Souza Cruz, ao comando do Corpo de Bombeiros e à Copasa, solicitando informações a respeito dos caminhões e outros equipamentos de combate a incêndios no Vetor Sul da capital.