Leão símbolo do Zimbábue é cruelmente morto por caçador

Considerado um símbolo no Zimbábue, o leão Cecil foi cruelmente morto no início deste mês. Walter Palmer, caçador e dentista americano, confessou ter matado o animal, que tinha 13 anos e vivia no Parque Nacional Hwange. A polícia do Zimbábue investiga a denúncia de que Palmer pagou o equivalente a R$ 200 mil para caçar o leão.
Palmer, com a ajuda de cidadãos locais, atraiu o felino para fora do parque, onde era protegido por lei e estudado por pesquisadores britânicos. Cecil foi então atingido por uma flecha e sofreu durante 40 horas. Só depois foi morto com um tiro. Sua cabeça e pele foram arrancadas.
Em declaração ao Guardian, Palmer confirmou que esteve no Zimbábue no início de julho, em uma viagem de caça com arco e flecha. “Que eu saiba, tudo nesta viagem foi dentro da lei e tratado e conduzido de forma correta”, disse. Segundo informações divulgadas, o dentista já voltou para casa, mas o consultório está fechado.
Nos EUA, Palmer enfrenta pedidos furiosos para que seja processado. Em seu perfil na rede social Twitter, Newt Gringrich, ex-presidente do Congresso americano, disse que o dentista deveria ser preso. No site da Casa Branca, pelo menos 100 mil americanos já assinaram três petições pedindo que o governo autorize a extradição do caçador. Várias campanhas se espalharam pela internet em defesa de Cecil. No site Care2, mais de 895 mil pessoas assinaram uma petição destinada ao presidente do Zimbábue pedindo justiça para o leão. Outra petição, criada no site Avaaz, pontua que americanos e europeus ricos como o dentista viajam para a África e pagam fortunas para caçar leões e outros animais exóticos por esporte e depois levam para casa as cabeças dos animais como troféus. A campanha tem como objetivo pressionar EUA e Europa a proibir a importação desses troféus que ameaçam a sobrevivência de animais majestosos como Cecil. Mais de 684 mil pessoas assinaram.
Betty McCollum, deputada federal democrata pelo estado de Minnesota, exortou o Fishand Wildlife Service, órgão responsável pelo manejo da vida e habitats selvagens, e o Departamento de Justiça a investigarem se a morte do leão violou leis sobre espécies ameaçadas de extinção, de acordo com o Star Tribune, um jornal local.
Enquanto isso, nesta quarta-feira (29), Tim Eustace, parlamentar estadual de New Jersey, propôs uma legislação que proíba o transporte de troféus de caça (carcaças) de espécies em perigo de extinção através dos aeroportos de Nova York e New Jersey, pode onde passa boa parte do tráfego de viagens entre os EUA e a África.
No Zimbábue, os dois guias podem responder por caça ilegal.