Mudanças climáticas estão matando abelhas

As abelhas não estão se adaptando bem às mudanças climáticas. Em vez de migrarem para o norte para buscarem temperaturas mais clementes, esses insetos cruciais para a polinização estão morrendo. O alerta foi a conclusão do primeiro estudo que explica a responsabilidade da mudança climática para o declínio das populações de abelhas e mamangabas a nível mundial. Até então, os principais suspeitos desta diminuição eram a utilização de pesticidas, doenças e parasitas.
“Imagine um parafuso. Agora imagine que o habitat das abelhas é no centro do parafuso. Conforme o clima esquenta, as espécies de abelhas e mamangabas são esmagadas por este ‘parafuso climático’ que comprime as zonas geográficas onde o inseto consegue viver”, explicou o principal autor do estudo, Jeremy Kerr, professor de macroecologia e conservação na Universidade de Ottawa. O resultado é o declínio rápido e generalizado dos polinizadores em todos os continentes, que não é devido ao uso de pesticidas ou à perda de habitat.
Os pesquisadores analisaram quase meio milhão de registros – feitos por museus e cientistas voluntários – de 67 espécies de abelhas e mamangabas na América do Norte e Europa desde o início dos anos 1900. “O território abrangido pelas abelhas no sul da Europa e da América do Norte caiu cerca de 300 quilômetros. O escopo e o ritmo destas perdas são sem precedentes”, disse Kerr.
As abelhas são muito importantes para a agricultura e para a vida silvestre. De acordo com dados da ONG WWF-Brasil, as abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70 das 100 espécies vegetais que fornecem 90% dos alimentos consumidos no planeta. Conforme o estudo, caso as emissões de efeito estufa não sejam reduzidas, a redução da polinização poderia fazer que algumas plantas, frutos ou legumes se tornem mais escassos e mais caros.
Conheça as abelhas.