Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é lançada em São Paulo
Foi lançada na última quinta-feira (25), em São Paulo, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que tem como objetivo pôr em discussão 17 metas que abordam, dentre outros temas, a adoção efetiva do Código Florestal, a criação de mecanismos de valorização econômica dos serviços dos ecossistemas e o combate ao desmatamento ilegal. O evento contou com a participação de 50 entidades, representantes de associações empresariais e organizações da sociedade.
“Pretendemos promover e propor políticas públicas, ações e mecanismos financeiros e econômicos para o estímulo à agricultura competitiva e de baixo carbono, pecuária e economia florestal que impulsionem o Brasil como protagonista na liderança global da economia sustentável”, diz o documento divulgado pelo grupo, que deverá ser utilizado para subsidiar as propostas que o Brasil levará à 21ª Conferência do Clima, prevista para este ano, em Paris.
A coalizão também tem como objetivo propor formas de contribuir para a construção de uma nova economia de baixo carbono que seja competitiva, responsável e inclusiva, mas que se alinhe com as agendas de proteção, conservação e uso sustentável das florestas na agricultura e na redução e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com o Painel Floresta, as entidades que aderiram ao projeto pretendem propor medidas que viabilizem a redução das emissões brasileiras de gases responsáveis pelo efeito estufa para garantir que, a partir de 2020, a emissão por pessoa seja menor ou igual à da média global. Além disso, a coalizão quer promover a recuperação de todas as áreas de preservação permanente e reserva legal, de acordo com o previsto na legislação, e desenvolver plantios florestais econômicos em áreas degradadas.
A presidenta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, destacou que o Brasil é protagonista nos debates sobre preservação florestal. De acordo com Marina, o Brasil tem tecnologia de redução de gás carbônico, o que interessa “do ponto de vista de negócios”. Para ela, isso é fundamental e o país precisa mostrar essa oportunidade para o mundo. “Aqui se abre um processo para ir além de 2015.”
“Entre janeiro deste ano e 12 de junho, tivemos 2.054 cidades que entraram em estado de calamidade pública ou emergência no país. De certa forma, o que estamos fazendo é unir diferentes em torno de uma mesa para pensar em como Brasil pode enfrentar esse desafio para transformar nossas vantagens comparativas em vantagens competitivas”, ressalta o secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl.