Funcionários do Amda flagram tráfico de orquídeas
Press Release
Belo Horizonte, 21 de maio de 2015 – Funcionário da Amda flagrou na última terça-feira (19), próximo ao condomínio Vale do Sol, município de Nova Lima, um homem que transportava caixa cheia de orquídeas floridas. As plantas foram colhidas no Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Ao ser abordado, ele reconheceu a ilegalidade do ato, justificando-o por estar desempregado e que as venderia.
O funcionário, que já trabalhou no Parque do Rola Moça, disse que infelizmente a cena é comum. Toda a região da Serra da Moeda, incluindo as unidades de conservação, sofre principalmente com o roubo de orquídeas e bromélias. Os danos ambientais, apesar de nunca avaliados, são de extrema gravidade. A retirada das plantas empobrece o ecossistema e afeta outras espécies vegetais e da fauna cuja sobrevivência depende das mesmas. É o caso de insetos como abelhas silvestres e beija-flores.
“A coleta de espécies como bromélias e orquídeas é uma tragédia silenciosa, cuja gravidade não é percebida. Acabar com isto ou pelo menos minimizar depende de educação para que os compradores saibam que estão contribuindo para degradar o meio ambiente e de fiscalização para coibir os traficantes. Porém, nem mesmo dentro dos parques o poder público consegue impedir. O parque do Rola Moça é um dos mais atacados por estar próximo ao ‘mercado comprador’. Não seria muito difícil impedir isto, se o governo do Estado e as prefeituras quisessem, pois os coletores agem à luz do dia, carregam e comercializam as plantas abertamente em diversos locais da cidade”, denuncia a superintendente da Amda, Dalce Ricas.
Ela alerta ainda que os compradores, atraídos pela beleza das flores, tornam-se cúmplices do tráfico e nem percebem que as plantas morrerão, por estarem adaptadas a condições específicas de clima e de nutrientes, dificilmente sobrevivendo fora delas.
A entidade entregou a caixa de orquídeas à direção do Parque do Rola Moça e enviou ofício ao secretário de meio ambiente, à diretora geral do IEF e ao Capitão Trant, comandante da Companhia Central de Meio Ambiente da Polícia Militar Ambiental, informando o fato e sugerindo medidas de baixo custo e potencialmente efetivas para solução do problema.
“Campanhas informativas sobre tráfico de animais e plantas, alertando a cumplicidade, mesmo que involuntária de quem os compra. Acreditamos que muitas pessoas, sendo informados da crueldade que envolve o tráfico de animais, dos danos causados pela retirada de orquídeas e bromélias, de que a compra e o tráfico são crimes, mudariam de comportamento. Seria bom que a área ambiental seja contemplada com espaço nas verbas gastas com publicidade. Inserção, pela secretaria de educação, do assunto no currículo escolar, em todos os graus. Envolvimento das prefeituras na fiscalização, principalmente na venda, que é feita nas ruas, através das guardas municipais e de funcionários públicos. Envolvimento das polícias militar e civil que trafegam pelas cidades e poderiam no mínimo avisar à PMMA pelo rádio, quando não puderem autuar e recolher as plantas. Envolvimento do funcionalismo público, principalmente do Sisema, no sentido de ficarem alertas à venda nas ruas. Eles podem inclusive recolher as plantas, mesmo não podendo autuar os vendedores.”, sugeriu a superintendente no documento.
Para mais informações: (31) 3291-0661