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Levantamento mostra que desmatamento de Mata Atlântica no Rio de Janeiro é quase zero
Em apresentação realizada hoje (14) pelo Inpe e Fundação SOS Mata Atlântica, na 11ª edição do evento Viva a Mata, que está sendo realizado no Rio de Janeiro, foi informado que o último levantamento da situação da Mata Atlântica, que será lançado no próximo dia 27 de maio, mostra que no Estado do Rio de Janeiro, o desmatamento do bioma está próximo de zero.
O Atlas que será lançado mapeou fragmentos de Mata Atlântica a partir de três hectares e considerou, inclusive, fragmentos alterados que possam ter importância como corredores ecológicos. Apesar da SOS não adiantar informações, há forte possibilidade de Minas Gerais manter o primeiro lugar no ranking de desmatamento.
Representantes dos órgãos ambientais de Minas, já temerosos quanto à repercussão do Atlas, questionaram a metodologia utilizada pelo Inpe e SOS Mata Atlântica. Alegam inclusive que o Estado detém a maior área de Mata Atlântica no país, o que influencia sua colocação como o maior desmatador. Para Marcos Reis, da empresa Arquivil, consultora da SOS Mata Atlântica na elaboração do Atlas, o questionamento não procede porque os dados divulgados são da área total desmatada e não do percentual.
Dalce Ricas, superintendente da Amda, apesar de lamentar o nada honroso título que Minas carrega há cinco anos, também discorda da alegação. “A metodologia utilizada é clara e pública, trazendo a credibilidade do Inpe. Entendemos que o Estado não tem de ficar na defensiva, tentando desmentir as informações, e sim agir para paralisar a derrubada do bioma no Estado, o que não é difícil”.
Para ela, o Atlas, o Mapa para Proteção das Áreas consideradas Prioritárias para Proteção da Biodiversidade elaborados pela Fundação Biodiversitas e o ZEE feito pela Ufla, mostram claramente onde estão os remanescentes de Mata Atlântica no Estado. “O desmatamento não para porque o governo não quer. O dia em que proteger a Mata Atlântica for política de Estado isto certamente acontecerá”, diz.
Expansão da fronteira agropecuária na região Norte do Estado, principalmente na área de ocorrência da Mata Seca, ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica, para plantio de eucalipto e implantação de empreendimentos imobiliários em torno de cidades, são apontados pelos ambientalistas como causas maiores responsáveis pelo desmatamento no Estado.
No caso da expansão imobiliária, o mapeamento via satélite não aponta o desmatamento, conhecido como ‘efeito formiguinha’. As casas são construídas no meio da vegetação, em áreas pequenas e fragmentadas, o que não permite detecção. Somadas no entanto, representam parcela significativa de desmatamento e impacto na biodiversidade, pois grande parte das pessoas que adquirem os lotes derrubam toda a vegetação nativa e deixam cachorros soltos que atacam os animais silvestres.
Segundo a Amda, até o momento, a Semad não aceita avaliar estes impactos no licenciamento de projetos imobiliários.