Minas Gerais pode enfrentar racionamento severo de água

Minas Gerais pode enfrentar um racionamento severo de água daqui a três meses se não houver redução no consumo ou aumento do índice de chuvas. A afirmação é do governador Fernando Pimentel. Em breve, uma sobretaxa no consumo de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte será cobrada de quem gastar acima da média de 2014.
Segundo Pimentel, a sobretaxa já está sendo preparada e será adotada com a campanha de conscientização da população para diminuir o consumo de água em 30%. Entretanto, a medida depende que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e a Agência Reguladora de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae/MG) decretem situação crítica dos recursos hídricos. “É uma medida absolutamente necessária. Se essa campanha não for suficiente, vamos para o rodízio. Se não for suficiente, vamos para o racionamento”, afirmou o governador.
A presidente Dilma Rousseff prometeu apoio às obras emergenciais que o estado está preparando para ampliar a captação do Sistema Paraopeba, formado pelos reservatórios Rio Manso, Vargem das Flores e Serra Azul. O objetivo é conseguir mais cinco metros cúbicos por segundo para poder levar a água até o Rio Manso e, consequentemente, aumentar a quantidade do recurso hídrico no reservatório do segundo manancial. A expectativa do poder público é terminar as intervenções em novembro.
Nelson Barbosa, ministro do Planejamento, informou que o governo federal estuda a melhor forma de apoiar o projeto. Há duas alternativas: inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como ocorreu em São Paulo com o rio Paraíba do Sul, ou por parceria público-privada.
Força-tarefa
Nesta quarta-feira (28), o Diário Oficial de Minas Gerais publicou decreto que cria uma força-tarefa formada por 12 órgãos e entidades, entre eles a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), a Copasa e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a fim de gerir o abastecimento de água no estado e encontrar soluções para os problemas ocasionados pela escassez de recursos hídricos devido à seca prolongada.
A publicação aponta como crítica a situação do abastecimento de água potável, especialmente na região metropolitana. Sociedade civil, instituições privadas, órgãos federais e outros parceiros podem ser acionados pela Seplag, coordenadora da comissão, que atuará de forma articulada com o Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Em 180 dias, a força-tarefa deverá encaminhar ao governador relatório final com descrição das atividades realizadas e conclusões obtidas e recomendações.