Projeto libera instalação de empresas dentro de área de preservação ambiental do Paraná
28 de outubro de 2014
Crédito: reportagem TV Globo
A prefeitura de Paranavaí, município localizado no noroeste do Paraná, quer transformar parte da Área de Preservação Ambiental (APA) do ribeirão Araras, manancial que abastece a cidade, em área comercial. O Ministério Público já se posicionou contra a ideia.
Enquanto a prefeitura realiza o estudo de implantação de empresas na APA, que tem quase 2 mil hectares, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) já se posicionou contrário ao projeto. Para a promotora Suzy Mara de Oliveira, a área de preservação deve ser mantida do jeito que está. “A área já é definida, tem plano de manejo e foi criada por lei. Não existe o que discutir, tem que cumprir a lei e respeitar o meio ambiente”, afirma.
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) alertou, por meio de nota, que não tem estrutura suficiente para receber todo o esgoto que seria emitido pelas empresas que possam vir a se instalar na região.
A Secretaria de Meio Ambiente estuda um meio termo: a área seria liberada apenas para empresas que causarem poucos danos à região. “Não será permitido a implantação de posto de combustíveis, empresas de lava-rápido, oficinas mecânicas, pois esses estabelecimentos geram resíduos poluidores”, explica secretário de Meio Ambiente, Edson Hedler.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Henrique Scarabelli, defende que a expansão do comércio trará benefícios para a cidade. “Grandes empresas têm procurado Paranavaí para se instalarem. Lá é uma área que tem importância econômica para o município. Por isso, estamos vendo a viabilidade, junto ao Conselho do Meio Ambiente, se há a possibilidade de associarmos o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente”, pontua Scarabelli.
O estudo foi encaminhado para o Conselho Municipal de Meio Ambiente que vai analisar tecnicamente o projeto. “Recebemos o pedido e solicitamos que nos fosse enviado um estudo de viabilidade ambiental. Esse estudo será analisado pelos conselheiros de acordo com a lei e após isso vamos emitir uma opinião”, diz Valter Mareli, presidente do Conselho.