Vetor Sul de BH arde em chamas e valiosos ambientes naturais são destruídos
Incêndios simultâneos queimam, neste momento, grande área do parque Estadual do Rola Moça, na região do Barreiro; Fazenda Estiva, área de soltura de aves silvestre registrada no Ibama, que abriga importantes remanescentes de Mata Atlântica; área próxima ao povoado de Aranha, distrito de Brumadinho; fragmento de Mata Atlântica no distrito de Casa Branca, também em Brumadinho; e a Serra da Moeda.
Segundo o gerente do Parque, Marcos Vinícius Freitas, a área que está sendo atingida pela queimada estava se recuperando há 15 anos de outro incêndio. Ainda segundo Freitas, o início do combate foi rápido, mas o fogo pulou um aceiro feito recentemente pela Copasa e se espalhou para uma área maior.
A superintendente da Amda, Dalce Ricas, alerta que os danos são gravíssimos. “O processo de recuperação na região do Parque é por si moroso, devido à pobreza do solo. O fogo abre espaço para invasão de gramíneas como o capim meloso, que atrasa e até impede surgimento de plantas nativas”.
Para ela, a tragédia de 2011, quando o Parque teve 90% de sua área queimada, pode estar se repetindo. “Se o Governo, através da Copasa que capta água dentro do Parque, do IEF, secretaria de educação, bombeiros e prefeituras, não tiver como meta proteger o Parque, ele será degradado a cada ano. E para isto é preciso decisão política e recursos. Discurso somente não adianta”, diz.
A Amda informa que está investigando qual é a contribuição das prefeituras de Belo Horizonte, Ibirité e Brumadinho para proteger o parque, já que todas recebem ICMs ecológico em função do Parque e outras áreas protegidas legalmente pertencerem a esses municípios. A entidade quer saber também como a Prefeitura de Nova Lima, Itabirito e outras contribuem para proteger unidades de conservação existentes em seus territórios, que geram recursos para seus cofres.