Carnaval com sustentabilidade
Neste ano, a sustentabilidade ganhou lugar de destaque no carnaval. Escolas de São Paulo e do Rio de Janeiro reaproveitaram materiais utilizados em outros carnavais, gerando economia nos custos.
Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, determinou o reaproveitamento de todos os materiais no barracão. “Eu já fiz carnaval com garrafa PET, latinha de cerveja, bambu, pano velho e resto de tecido. Se você pegar esse material e reciclar, o sabor é muito maior. Você tem o prazer de utilizar um material que, a princípio, aparentemente não servia para nada. Ver isso se transformar em arte é muito gratificante”, disse. Na Tijuca, 25% de tudo o que se vê na avenida são feitos de materiais reutilizados de carnavais passados, como plumas de avestruz. O reaproveitamento de adereços, por exemplo, foi responsável por uma economia de R$ 250 mil no orçamento da escola.
“O alumínio também brilha como uma lantejoula se bem usado. A cor de uma pena tingida pode se transformar em um canudo de refrigerante. Você pode produzir com uma matéria-prima barata e reciclada coisas maravilhosas”, contou Alexandre Louzada, carnavalesco da Império de Casa Verde, que neste ano teve a sustentabilidade como enredo.
O bloco Vagalume: o Verde, que sai há dez anos no Rio de Janeiro pretende ser a primeira agremiação do mundo certificada ambientalmente com os mesmos padrões exigidos para eventos sustentáveis. O bloco já faz a coleta seletiva de lixo, usa materiais recicláveis em fantasias e adereços e compensa o carbono emitido com o plantio de árvores. “Sustentabilidade dá samba. Nós, como bloco de rua, sempre acreditamos nisso”, disse o produtor cultural Hugo Camarate.