Peixes sofrem efeitos tóxicos provocados pelo petróleo
De acordo com cientistas da Universidade de Stanford (Califórnia) e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), o petróleo tem efeitos tóxicos sobre o coração dos peixes, provocando uma irregularidade no ritmo cardíaco. O grupo estudou o impacto da maré negra sobre o atum após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, ocorrida em 2010. A explosão despejou mais de 4 milhões de barris de petróleo no Golfo do México, a maioria durante o período de reprodução do atum vermelho do Atlântico.
Os pesquisadores descobriram que a substância afeta a capacidade das células cardíacas destes peixes de funcionar de modo eficaz, bloqueando os canais de distribuição de potássio nas membranas das células do coração, o que aumenta o tempo entre cada batida. Este mecanismo é similar em todos os vertebrados, inclusive no homem.
Os autores ressaltaram que os efeitos negativos do petróleo sobre larvas e jovens peixes já são conhecidos há muito tempo, mas “esta descoberta define mais claramente as ameaças das substâncias químicas derivadas dos combustíveis para os peixes e outras espécies costeiras, assim como para o ecossistema oceânico, com consequências que vão além da maré negra”. Os pesquisadores citam também outras fontes de contaminação, como o vazamento de águas pluviais no meio urbano.
No trabalho, os autores também destacam os riscos – anteriormente subestimados – de algumas substâncias dos combustíveis sobre a fauna e os humanos, especialmente o hidrocarboneto aromático policíclico (HAP), que está presente na poluição do ar em níveis elevados.