Em uma década, África pode perder 20% de seus elefantes

A África pode perder 20% de seus elefantes nos próximos 10 anos se o ritmo atual da caça continuar. A informação foi divulgada na abertura de uma conferência em Gaborone, Botsuana, dedicada à sobrevivência dos animais.
Em declaração feita em conjunto pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Conservação sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Selvagens (Cites) e a organização de defesa ambiental Traffic, as entidades apontam que os elefantes sofrem os efeitos da caça furtiva.
“A caça ilegal de espécies na África atinge números muito elevados e pode levar à extinção local se o atual ritmo continuar. A situação é particularmente preocupante na África Central, onde estima-se que a taxa de caça é duas vezes maior do que a média continental”, disse John Scanlon, secretário-geral da Cites.
De uma população de elefantes estimada em 500 mil na África, cerca de 25.000 foram mortos por caçadores em 2011 e 22 mil no ano passado. As organizações justificam o aumento da caça furtiva nos últimos anos em função, principalmente, à pobreza e aos déficits de governança nos países de origem dos elefantes, assim como a crescente demanda por marfim, especialmente na China e Tailândia.
“O comércio ilegal de marfim em 2011 chegou ao maior nível em pelo menos 16 anos e continuou a níveis inaceitáveis em 2012. Segundo indicadores preliminares, o comércio ilegal poderia atingir valores ainda maiores em 2013”, lamentaram as entidades.
A conferência em Gaborone reuniu representantes dos países de origem dos elefantes, de trânsito e consumidores de marfim, que vão tentar adotar “medidas concretas para acabar com o comércio ilegal e preservar populações inteiras no continente africano”.
Com informações da France Presse