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Estudo alerta que Brasil não tem estudos geológicos suficientes que permitam exploração do gás de xisto segura
A Agência Nacional de Petróleo e Gás e Biocombustíveis (ANP) leiloa, hoje (28) e amanhã (29), 240 blocos para exploração de gás em terra, incluindo não convencional (gás de xisto). Parecer técnico elaborado pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional de Atividades de Exploração e Produção (GTPEG), formado por membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), aponta que o Brasil não possui estudos geológicos suficientes que permitam a exploração segura.
A exploração do gás não convencional prevê a técnica fracking (fraturamento hidráulico), com explosões de rochas e uso de muita água. A atividade, banida em vários países europeus e mesmo em áreas de países produtores, como o estado de Nova York, nos Estados Unidos, e Quebec, no Canadá, é alvo de preocupação no que diz respeito à contaminação de aquíferos e potencial indutor de movimentos sísmicos.
Relatório do grupo alerta que a geologia de diversas bacias ainda é pouco conhecida mesmo para a exploração de gás convencional, não havendo, por exemplo, segurança em relação ao isolamento ou à conectividade de importantes camadas sedimentares. O Greenpeace, que compartilha da mesma opinião, pediu, ontem (26), o “fim geral” da técnica de fracking para a extração da matéria-prima no país.
O fraturamento hidráulico permite que seja extraído gás em rochas por meio da injeção a pressão de líquidos no terreno com o objetivo de aumentar as fraturas do substrato rochoso onde se encontram jazidas, o que pode gerar contaminação nos aquíferos. O efeito posterior no consumo humano pode gerar “problemas de vários tipos: neurológicos, digestivos e inclusive câncer”, disse o coordenador da campanha de clima e energia do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo. O ativista também destacou que a exploração dessas reservas em alguns estados pode prejudicar fauna e flora, unidades de conservação e terras indígenas.
Leilão
De acordo com reportagem do portal G1, no leilão as empresas tentarão conseguir a concessão para explorar 240 blocos com reservas de gás em sete diferentes bacias sedimentares. Entre esses blocos há algumas reservas de gás não convencional que exigem o uso de tecnologias como o fracking, enquanto em outros é possível utilizar os sistemas convencionais de exploração.