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Comitê russo quer que ativistas do Greenpeace fiquem mais três meses em prisão provisória
O comitê que investiga o caso dos 30 ativistas do Greenpeace detidos na Rússia anunciou que entrará com pedido de extensão por mais três meses da prisão provisória. Os manifestantes foram presos no dia 19 de setembro após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. A intenção do comitê de investigação é manter o grupo detido até a conclusão das investigações. Todos os pedidos serão julgados até 24 de novembro.
O Greenpeace Internacional informou que vai contestar os pedidos de extensão das prisões pedindo a liberdade dos 30 presos sob fiança enquanto as investigações prosseguem. Caso o juiz aceite o pedido do comitê de investigação, a ONG vai apelar da decisão, solicitando novamente a liberdade sob fiança.
“As autoridades já levaram dois meses para investigar um crime imaginário pelo qual os supostos autores enviaram um comunicado de imprensa informando exatamente o que fariam antes e depois e divulgaram um vídeo da ação real. Agora as autoridades precisam de mais três meses?”, questionou Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace Internacional. “Essa farsa precisa terminar agora. Todos sabem que esta não é uma verdadeira investigação criminal. Estes bravos homens e mulheres não estão presos por causa do que eles fizeram, mas por denunciar os perigos da exploração de petróleo no Ártico”, disse.
Hoje (18), o portal de notícias G1 divulgou que um tribunal em São Petersburgo concedeu à médica russa Yekaterina Zaspa, uma das ativistas do Greenpeace detidas, a possibilidade de deixar a prisão mediante pagamento de fiança no valor de 2 milhões de rublos, cerca de R$ 143 mil. O dinheiro deve ficar como garantia de que Yekaterina se apresentará para responder pela acusação de vandalismo. Se ela cumprir corretamente as determinações judiciais, o Greenpeace irá reaver o valor. A médica estava na embarcação Arctic Sunrise, apreendida pela guarda costeira russa, mas não está entre os ativistas que tentaram escalar a plataforma petrolífera da empresa Gazprom.
Protestos pelo mundo
Neste sábado (16), 265 cidades de 45 países participaram de manifestações para exigir a libertação dos ativistas detidos há dois meses na Rússia. No Reino Unido, dezenas de pessoas saíram às ruas e se concentraram diante de postos de combustíveis da Shell, que a ONG acusa de querer realizar perfurações no Ártico em conjunto com a companhia russa Gazprom.
Na Argentina, atos foram organizados nas principais cidades com apresentações musicais e exposições de fotos. Na Índia e em Porto Alegre, manifestantes se encarceraram simbolicamente em protesto, da mesma forma como haviam feito na sexta (15), em Paris, a atriz vencedora do Oscar Marion Cotillard e personalidades francesas da política e da cultura.
Celebridades como Madonna e Paul McCartney também já pediram a libertação dos ativistas do Greenpeace.
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