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Austrália abre investigação sobre interesse minerário na Grande Barreira de Corais
A Austrália abriu na última quarta-feira (30/10) uma investigação sobre o organismo encarregado de proteger a Grande Barreira de Corais. O pedido de investigação foi feito pelo ministro de Meio Ambiente Greg Hunt, depois que o canal ABC revelou que dois membros do organismo teriam interesse direto na indústria da mineração.
Tony Mooney é executivo da companhia de extração de carvão Guildford Coal e Jon Grayson é acionista da Gasfields Water and Waste Services, uma empresa que presta serviços em jazidas de gás. Ambos são membros do diretório do Parque Marinho da Grande Barreira e participaram de um importante encontro no ano passado dedicado à possível construção de portos mineradores no litoral do estado de Queensland (nordeste), diante da barreira.
De acordo com reportagem da Agence France Presse, os assessores científicos propuseram proibir a construção de novos portos desse tipo para evitar potenciais degradações da diversidade litorânea. Porém o diretório se limitou a afirmar que o impacto sobre a biodiversidade era um aspecto-chave e pediu para prosseguir com as consultas com as empresas mineradoras.
A Austrália reconheceu oficialmente em julho a degradação da Grande Barreira de Corais, cujo estado é classificado atualmente de medíocre e que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ameaça colocar na lista de locais em perigo. A Grande Barreira, inscrita no patrimônio mundial da Unesco em 1981, perdeu mais da metade de seus corais durante os últimos 27 anos e se estende ao longo de 345.000 quilômetros quadrados do litoral australiano.