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Trabalho escravo é flagrado em fazenda do irmão da senadora Kátia Abreu

Ficais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontraram cinco pessoas submetidas a condições de trabalho escravo em uma das propriedades do advogado Luiz Alfredo de Feresin Abreu, irmão da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). O flagrante ocorreu na Fazenda Taiaçu II, um conjunto de três lotes de terra localizado no município de Vila Rica, no nordeste do Mato Grosso, próximo ao Pará.

Segundo informações divulgadas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Mato Grosso (SRTE/MT), divisão do MTE no estado, os cinco trabalhadores estavam em condições análogas às de escravos, conforme previsto no artigo 149 do código penal. O grupo foi contratado para fazer o roçado do pasto dos bois da fazenda e foi encontrado em condições degradantes.

Reportagem da Agência de Notícias Repórter Brasil divulgou que os trabalhadores cumpriam tempo de serviço de 11 horas diárias, residiam em um alojamento de madeira, sem banheiro disponível, tinham de providenciar os próprios mantimentos e não dispunham de equipamentos de proteção necessários para as atividades executadas. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o empregador sequer lhes forneceu água para consumo, preparo das refeições ou para higiene pessoal.

A remuneração era por produção e, por isso, mesmo com o calor da região, as pausas eram poucas, conforme relato dos trabalhadores à fiscalização. O pagamento era de R$ 400 por alqueire roçado para cada empregado e, segundo os depoimentos, por vezes atrasava.

A ação foi realizada entre 19 e 30 de agosto. Ao todo, foram lavrados 19 autos de infração devido aos problemas encontrados

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