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Vazamento de óleo provoca mancha de 3 quilômetros no Lago Paranoá

Vazamento de óleo provoca mancha de 3 quilômetros no Lago Paranoá
Vazamento causa mancha de 3 quilômetros no Lagoa Paranoá

Laudos apontaram que uma falha na caldeira utilizada pelo Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para esterilizar equipamentos provocou uma mancha de 3 quilômetros de óleo no Lago Paranoá, em Brasília, Distrito Federal, na última quinta-feira (17). Um auto de infração foi entregue ao Hran, após a conclusão dos laudos, mas endereçado à Secretaria de Saúde, órgão responsável pelo hospital. Foi aplicada multa de R$ 260 mil. O vazamento é o maior já registrado no lago.

Segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), o separador de água e óleo da caldeira estourou e acabou despejando óleo pela tubulação de água pluvial. A mancha localizada nas proximidades do Iate Clube foi contida na sexta-feira (18). No entanto, uma segunda mancha, de menor porte, apareceu em outro ponto do lago, próximo à Concha Acústica, local onde são realizados eventos culturais.

Esta é a quarta vez que ocorrem problemas ambientais com caldeiras do Hran. A última ocorreu no início deste ano, devido à fumaça densa e escura liberada à luz do dia, incomodando a vizinhança. Na época, foi aplicada uma multa de R$ 60 mil, mas acabou não sendo paga porque o Governo do Distrito Federal (GDF) recorreu na Justiça.

Além da multa, de acordo com reportagem do jornal Estado de Minas, o Ibran havia determinado a troca das caldeiras, que têm 40 anos de uso, e a mudança do horário da fumaça. Iniciou-se, então, um processo de licitação que ainda não foi concluído. No ano passado, o instituto identificou outro vazamento, de menor escala, que aconteceu também pelo rompimento do separador de água e óleo.

Interdição

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal interditou um trecho do Lago Paranoá por 15 dias, inicialmente. O local é tradicionalmente frequentado por banhistas e usado para a prática de esportes náuticos e o tráfego de embarcações.

Laudos técnicos elaborados pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) e pela Universidade de Brasília (UnB) comprovaram o comprometimento das condições de balneabilidade no trecho do lago, levando risco à saúde dos banhistas. Além disso, a movimentação da água provocada pela passagem de barcos e lanchas pode espalhar ainda mais o óleo. Após esse período, outro exame avaliará as condições da água.

Animais também sofrem com vazamento

Uma ave e uma tartaruga foram encontradas às margens do Lago Paranoá cobertas com óleo. Os animais foram levados para o zoológico. “Eles passaram por uma série de avaliações, como temperatura corporal e hemograma para ver como está a condição do animal. Se ele estiver bem, ele vai para a limpeza desse óleo, senão vai passar por um processo de estabilização”, explicou Cristiane de Oliveira, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O Ibama está trabalhando em parceria com o zoológico e a Universidade de Brasília, que cuidarão dos animais afetados pelo vazamento. “Estamos fazendo um monitoramento com a Polícia Ambiental e com o Instituto Brasília Ambiental. Vai ser um trabalho contínuo por pelo menos uma semana”, completou Oliveira.