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Inea nega renovação de licença para instalação de usina térmica a carvão no Complexo do Açu

O pedido de renovação da licença para instalação de uma usina térmica a carvão no Complexo do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense, foi rejeitado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro. O projeto da então MPX – hoje Eneva, controlada pela alemã E.ON – obteve, em 2008, autorização para construção da térmica, que teria capacidade de gerar 2.100 megawatts para abastecer as indústrias do complexo.

De acordo com a presidente do Inea, Marilene Ramos, a térmica provocaria um aumento de cerca de 11% nas emissões de gás carbônico do estado. “A avaliação ambiental estratégica apontava a instalação no complexo de indústrias que demandam muita energia, como siderúrgicas e montadoras de automóveis. No curto prazo, não se vislumbra a chegada dessas empresas e sim indústrias de serviços de apoio offshore, com menor demanda”, disse.

Conforme reportagem do Estadão, além da térmica a carvão, o projeto do Complexo do Açu prevê ainda a instalação de uma térmica a gás natural, com capacidade de geração de 3.300 megawatts. O projeto já tem licenciamento aprovado para a implantação. Segundo a presidente do Inea, as atuais tecnologias permitem uma captação de energia maior com o uso de gás natural, o que seria suficiente para atender à demanda da região. “Caso a empresa insista numa nova térmica, será necessário alterar e adequar o projeto”, explicou.

Ramos esclareceu que, desde a primeira autorização, em 2008, houve mudanças na legislação ambiental que impediriam a realização do projeto. “Temos uma política estadual para mudanças climáticas que não permite esse aumento na emissão de gás”, afirmou. A MPX alterou o nome para Eneva há pouco mais de um mês. A mudança visava desvincular a imagem da empresa do empresário Eike Batista, que teve a participação diluída após um acordo de acionista, em maio. A alemã E.ON ampliou a participação para 36,2%, após injetar cerca de R$ 1,415 bilhão na empresa. Eike Batista, por sua vez, ficou com cerca de 29% da companhia.