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Em 2011, poluição do ar em São Paulo apresentou nível médio 2,5 vezes maior que o recomendado pela OMS

Pesquisa da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Instituto Saúde e Sustentabilidade alerta que, em 2011, a poluição do ar por material particulado fino (MP2,5) em São Paulo apresentou nível médio 2,5 vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O resultado se baseia em informações sobre os níveis de poluição entre 2006 e 2011. A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) também participou do estudo.

Em 2011, foram registrados cerca de 17 mil mortes e 68 mil internações de pacientes mais suscetíveis às doenças associadas à poluição, como câncer de pulmão, doenças respiratórias e problemas cardiovasculares, que geraram uma despesa de cerca de R$ 240 milhões para as instituições públicas e privadas de saúde do estado.

A médica Evangelina Vormittag, do Instituto Saúde e Sustentabilidade, que participou da pesquisa, explica que “o objetivo foi apresentar dados ambientais sobre a poluição por MP2,5 no estado de São Paulo e avaliar seus efeitos para saúde, mortalidade e adoecimento, bem como os gastos com internações devido a problemas ocasionados pelos poluentes”. De acordo com ela, “cerca de 40% do MP na Região Metropolitana de São Paulo é emitido por veículos pesados movidos a óleo diesel. O restante vem da poeira, proveniente de aerossóis secundários e da ressuspensão de partículas, e da fuligem produzida pelas indústrias”.

Segundo a médica, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que possui estações de medição automática distribuídas em 29 municípios no estado, mensurava apenas o MP de 10 micras (µ) até 2010. “A partir de 2011, duas estações passaram a medir o MP de 2,5 µ; para analisar os dados de 2006 a 2011, foi feito um cálculo convertendo os índices do MP de 10 µ em 2,5 µ”, disse. De todas as 29 cidades do estado que possuem estações de medição da Cetesb, 11 estão acima dos níveis de poluição da capital. Os níveis são mais elevados na Baixada Santista e são equivalentes na Grande São Paulo e nas regiões de Jundiaí, Campinas, Sorocaba e Piracicaba.

Em 2006, a OMS publicou um guia estabelecendo parâmetros para a qualidade do ar nas grandes cidades, com patamares aceitáveis de poluentes. “No caso do MP de 2,5 µ, o limite anual tolerável é de 10 µ segundo a OMS. O nível máximo anual admitido pela Cetesb para o MP de 10 µ era de 150 microgramas, sem haver nenhum padrão estabelecido para o MP de 2,5 µ até 2012”, disse a pesquisadora. Em 2013, o governo estadual promulgou o Decreto 59.113, para a mudança dos padrões, porém o documento não possui prazos estabelecidos para a adoção dos índices da OMS.

Com informações do EcoDebate