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Investir em sustentabilidade vale a pena

Investir em sustentabilidade vale a pena, afirmam analistas de ações. Para eles, empresas que se preocupam com a preservação do meio ambiente e a promoção do bem-estar social tendem a ser mais valorizadas pelo mercado. Ainda de acordo com especialistas, pequenos investidores que apostarem em empresas com essa filosofia podem colher bons frutos no futuro.

O professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, José Luiz Rossi, afirmou ao Estado de S.Paulo que companhias que adotam práticas sustentáveis recebem melhor avaliação para investimento em relação a concorrentes que não o fazem. Para Rossi, empresas que investem em produtos sustentáveis e/ou ações de cunho socioambiental tendem a ser mais valorizadas pelos consumidores, aumentando a demanda pelas suas mercadorias, e, consequentemente, melhorando o retorno aos acionistas.

Sonia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&F Bovespa, acredita que companhias com esse tipo de preocupação têm menor probabilidade de se envolver em ações trabalhistas ou ambientais. Dessa forma, diminui a probabilidade de os acionistas deixarem de ganhar devido a prejuízos causados a pessoas ou ao planeta.

Segundo informações no jornal Estado de S.Paulo, os dados mais recentes do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), divulgados em maio, apontam que em 12 meses as empresas que privilegiam ações de sustentabilidade acumularam ganhos de 24,7%, ante 18,5% do Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador da Bolsa paulista.

Victorio Matarozzi, diretor da consultoria Finanças Sustentáveis, ressalta que o fato de uma empresa fazer parte de um índice de sustentabilidade não a isenta de problemas. Ele lembra que recentemente a companhia petrolífera inglesa British Petroleum (BP), cuja operação provocou o vazamento estimado em 100 mil barris de petróleo no Golfo do México, firmou acordo com o governo americano para criar um fundo de US$ 20 bilhões, para indenizar famílias e empresas prejudicadas pelo desastre ambiental.

O acordo repercute diretamente no bolso dos acionistas, já que a companhia não pagará mais dividendos este ano. A BP estava entre as empresas do índice de sustentabilidade da bolsa de Nova York, mas foi excluída em maio por causa do acidente. "A empresa deveria ter um plano de ação contra a possibilidade de vazamento, mas pelo jeito não tinha e os acionistas vão pagar parte da conta", afirma Matarozzi.

Ele sugere aos pequenos investidores que queiram comprar papéis de companhias com programas ambientais, sociais, ou ambos, que consultem a lista do ISE no site da BM&F Bovespa ou acessem os sites das empresas para conhecer os programas.