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Atlas Eólico de Minas Gerais é lançado

Nesta sexta-feira (7 de maio), o governador Antonio Anastasia apresentou, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, o Atlas Eólico de Minas Gerais, elaborado pela Cemig.

O mapeamento indica que o potencial do Estado para a geração de energia eólica chega a 40 gigawatts (GW). O estudo revelou que o Norte de Minas, ao longo da Serra do Espinhaço, é a região com maior potencial eólico e que Triângulo Mineiro também apresenta boas condições para a instalação de parques eólicos. Foram consideradas topografia e vegetação, além da pressão atmosférica, temperatura, umidade do ar e medição dos ventos.

“Temos uma riqueza incomensurável em nossas mãos. Caberá agora à parceria entre o setor privado e a Cemig o desafio de termos instalado em Minas Gerais um parque eólico extremamente ambicioso que vá gerar essa energia de maneira positiva”, destacou o governador em seu pronunciamento.

O potencial de 40 GW é 3,5 vezes maior do que a capacidade da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Pará, e 2,7 vezes maior que a Usina de Itaipu. A grande vantagem é que a energia eólica não emite gases, não gera resíduos e tem impacto ambiental bem menor do que outras matrizes energéticas.

O Atlas orientará empreendedores e investidores interessados em energia eólica. A Cemig já está realizando estudos, em parceria com a empresa portuguesa EDP, para a instalação de um parque em Minas Gerais, e está aberta para firmar novas parcerias com a iniciativa privada.

“Acreditamos que no momento em que você vai esgotando os empreendimentos hidrelétricos, os quais vão se tornando mais caros, a energia eólica pode se tornar também competitiva. Além de ser uma energia limpa, uma energia sem desgaste, uma energia sem muitos problemas ambientais. Praticamente nenhum problema ambiental. E nós acreditamos que ela pode ser viável também economicamente”, afirmou presidente da Cemig, Djalma Moraes.

A certeza do presidente da Cemig não é partilhada pela superintendente da Amda, Maria Dalce Ricas. "Na Serra do Espinhaço estão praticamente os últimos ambientes naturais de maior valor que nos restaram. Ocupar campos ferruginosos com gigantescas estruturas para geração de energia é impacto grave e certo. Significa abrir estradas, destruir ambientes naturais, comprometer a paisagem e a biodiversidade. Não conheço o Atlas e por isto não posso afirmar que parâmetros ambientais foram desconsiderados, mas tenho certeza de que o assunto precisa ser muito bem discutido. Renovável não é sinônimo de ‘ambientalmente correto,’" disse ela.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, ressaltou que todos os protocolos prevendo investimentos no Estado só são assinados atualmente se contemplarem os aspectos econômicos, sociais e sustentáveis. E afirmou que o Governo de Minas, através da Cemig, irá investir cada vez mais em fontes alternativas de energia, como a biomassa e as Pequenas Centrais Hidrelétricas.

Energia Eólica

A energia eólica é a que mais cresce no mundo, com uma taxa anual de evolução próxima a 30% nos últimos 10 anos. No Brasil, em 2009, a capacidade de geração de energia eólica cresceu 77,7% em relação ao ano anterior. Com isso, o país passou a ter capacidade instalada de 660 MW contra os 400 MW de 2008. Os dados do Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council – GWEC) mostram que a energia eólica brasileira cresceu mais do que o dobro da média mundial em 2009, que registrou aumento de 31%.

Apesar do crescimento da energia eólica no Brasil em 2009, segundo a EPE, a participação dessa fonte na matriz elétrica do país foi de apenas 0,2% do total de energia gerada no país no ano passado.

* Com informações da Assessoria de Comunicação da Semad