Minc: exigências ambientais ainda são pequenas
O Ministro de Meio Ambiente, Carlos Minc, declarou nessa segunda-feira que o pacote de exigências legais em vigor hoje no país ainda é insuficiente para proteger os rios e os biomas, como cerrado e a caatinga. A afirmação veio após a publicação de um estudo encomendado pelo setor elétrico que apontou um excesso de exigências nas leis ambientais.
"A minha tese é que o Brasil não tem proteção demais, tem pouca proteção. Os biomas têm que ser mais protegidos. Nossos biomas estão sendo destroçados. Os nossos rios não têm muita proteção, têm pouca. A qualidade da água nos rios não é boa, é péssima", disse Carlos Minc.
Sobre o estudo, o ministro afirmou que também tem o seu, e este aponta posição "diametralmente" oposta ao daquele encomendado pelo setor elétrico. "Quem quer diminuir as proteções são os ruralistas, que de vez em quando aparecem com algum estudo para justificar. Encomendei um estudo para biólogos, doutores, PhDs, engenheiros florestais, e a conclusão é diametralmente oposta a essa. A conclusão é que os nossos biomas estão muito ameaçados", disse.
Desmatamento
Segundo ele, dados recentes mostram que o desmatamento no cerrado já supera o da Amazônia. Em relação ao setor elétrico, o ministro Carlos Minc disse que o setor agrícola e hidrelétrico devem ser responsáveis pelo reflorestamento das matas ciliares. "As outorgas federais para captação de água não são onerosas e acho que eles devem ajudar a recuperar as margens dos rios, algo que não fazem hoje".
*Com informações da Folha de S.Paulo