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Mata Atlântica tem menos de 7% dos rios com boa qualidade

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Mata Atlântica tem menos de 7% dos rios com boa qualidade
Testes da Universidade do Estado da Bahia/ Crédito: SOS Mata Atlântica

Mais de 90% dos rios localizados na Mata Atlântica, bioma que concentra 70% da população brasileira, não possuem água boa qualidade, aponta levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica. Das amostras recolhidas, nenhuma foi considerada ótima. A maioria (75%) foi classificada como de qualidade regular. O restante recebeu classificação ruim (16,2%), boa (6,9%) e péssima (1,9%).

A pesquisa conclui que quase 20% dos pontos não têm condições mínimas para serem utilizados no abastecimento humano, na agricultura, no lazer, no consumo animal ou na indústria. As análises, feitas com base no Índice de Qualidade da Água (IQA), foram realizadas entre janeiro e dezembro de 2022 em 160 pontos de 120 rios e corpos d’água. O estudo abrange 74 municípios de 16 estados da Mata Atlântica.

A falta de saneamento, a degradação dos solos e das matas nativas são os principais responsáveis pelo cenário, na visão do coordenador Gustavo Veronesi. “Os rios monitorados refletem a urgência de ações voltadas à restauração florestal, ao saneamento básico, aos compromissos do Brasil com o clima e à governança de forma inclusiva e participativa”, afirma.

Balanço

Assim como no levantamento anterior, de 2021, os três pontos de qualidade péssima estão no rio Pinheiros, em São Paulo. Outro destaque negativo é para o rio Paraíba do Sul, que apresentou piora em pontos no Rio de Janeiro e São Paulo. No primeiro estado, o principal motivo é a redução da vazão do rio em boa parte do ano, evidenciando a falta de tratamento de esgoto.

Já os pontos mais afetados em São Paulo, os córregos Paquera, em Ilhabela, e Maresias, em São Sebastião, estão em regiões muito movimentadas na alta temporada. Um destaque positivo no estado foi o córrego do Sapateiro, na capital paulista, onde a qualidade da nascente melhorou graças a ações da prefeitura em parceria com a sociedade civil.

A análise indica que o mesmo córrego piorou em outro ponto, no Lago do Ibirapuera, após aumento da qualidade em 2021. O rio Balainho, em Suzano (SP), que passou por obras de coleta e tratamento de esgoto, também subiu em sua avaliação. Na comparação geral com o relatório de 2021, a SOS Mata Atlântica aponta tendência de estabilidade.

De acordo com a Fundação, o indicativo é de pequena melhora: os pontos com qualidade boa passaram de 7 para 8; os com regular, de 75 para 80; e os com ruim, caíram de 21 para 15.

Com informações de SOS Mata Atlântica.