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Mais 12 ararinhas-azuis são reintroduzidas na Bahia

Mais 12 ararinhas-azuis são reintroduzidas na Bahia
Crédito: ACTP

Mais 12 ararinhas-azuis foram soltas no Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, em Curaçá, na Bahia. A ação faz parte do trabalho de reintrodução da espécie, extinta na natureza desde o ano 2000. Esse é o segundo grupo solto na Caatinga baiana depois que 50 aves criadas em cativeiro na Alemanha desembarcaram no Brasil, em 2020

Assim como o primeiro bando, solto em junho deste ano, o segundo está acompanhado de araras maracanãs selvagens. Como possuem os mesmos hábitos, elas vão ajudar as ararinhas a escolher os melhores locais para dormir, descansar, reproduzir e se alimentar.

A ação é acompanhada Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Todos os animais estão equipados com colares transmissores para monitoramento, além de anilhas e microchips.

Essas ferramentas são úteis para acompanhar o paradeiro dos animais, que podem ser mortos por predadores ou se perderem do bando, como aconteceu com duas ararinhas soltas em junho. Apesar das perdas, a iniciativa já registrou avanços, como o nascimento, em solo brasileiro, do primeiro filhote da espécie em 30 anos.

“Reintroduções são extremamente desafiadoras para qualquer espécie, especialmente para uma que já foi extinta na natureza. Embora as perdas possam ocorrer inevitavelmente, o planejamento e a execução cuidadosos e meticulosos podem ajudar a reduzi-los ou limitá-los. De fato, as próprias perdas também apresentam oportunidades para aprendizado contínuo e avaliação de técnicas e estratégias”, informou a ACTP.

Símbolo do Sertão

Nativa da Caatinga, a ararinha-azul foi extinta pela caça furtiva e a destruição de seus ambientais naturais. O último indivíduo livre foi visto nos anos 2000, mas os esforços para conservação da espécie só tomaram forma em 2012, com a criação do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação da Ararinha-Azul.

Durante a segunda fase do PAN, a expectativa é devolver a espécie para sua área de ocorrência original até 2024. Originalmente, a espécie vivia em uma pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no Norte da Bahia.

Em 2018, o governo federal criou duas unidades de conservação destinadas à reintrodução da espécie e conservação da Caatinga: o Refúgio de Vida Silvestre da, com 29,9 mil hectares, e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul, com 90,6 mil hectares.