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Bancada antiambiental terá 48% dos votos na Câmara

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Bancada antiambiental terá 48% dos votos na Câmara
Sonia Guajajara será uma das representantes indígenas na Câmara. Crédito: Christian Braga/ MNI

O resultado do 1º turno das eleições deixou claro o posicionamento do novo Congresso: mais à direta e distante das pautas socioambientais. Os quatro partidos (PL, PP, Republicanos e União) que tradicionalmente votam contra projetos sobre meio ambiente terão 48% dos votos na Câmara com 246 deputados. No Senado, essas legendas contarão com 33 senadores, o que representa 42% da casa.

As conclusões são de estudo feito pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) com base em dados do projeto Farol Verde. O levantamento analisou as principais votações nominais entre 2019 e 2022 sobre temas como regularização fundiária, povos indígenas, agrotóxicos, licenciamento ambiental e clima para medir o índice de convergência ambiental de cada parlamentar.

Somente o partido de Jair Bolsonaro, PL, contará com 99 deputados na Câmara 14 representantes no Senado. O partido foi o que mais elegeu parlamentares no Congresso. A bancada antiambiental composta por PL, PP, Republicanos e União deve absorver os principais cargos nas casas legislativas, incluindo a presidência e a liderança das principais comissões.

A distribuição dos cargos na Câmara e no Senado definirá as pautas prioritárias e o ritmo das votações, o que será o maior desafio para a agenda climática e socioambiental nos próximos anos.

Parlamentares verdes

Apesar das perdas, como a não reeleição do deputado ambientalista Rodrigo Agostinho (PSB-RJ), o Congresso contará com Marina Silva (Rede-SP) e outros nomes importantes para a causa ambiental. A partir de 2023, o Legislativo terá o maior número de parlamentares indígenas da história, a exemplo das deputadas Sonia Guajajara (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).

No total, não se reelegeram 49 candidatos considerados verdes na atual legislatura, aponta a análise do IDS. Dos 130 deputados candidatos à reeleição com índice de convergência ambiental (ICAt) acima de 50%, 82 (63%) reelegeram-se. Entre os 25 deputados com ICAt acima de 90%, 16 (64%) conseguiram a reeleição.