Peixes alienígenas são encontrados em águas brasileiras

Pesquisadores das universidades federais de Pernambuco (UFRPE) e do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram ao menos 200 novas espécies de peixes que habitam águas profundas no Nordeste brasileiro. Entre as descobertas há oito espécies inéditas no mundo e 50 que foram vistas pela primeira vez no país.

Os peixes de aparência “alienígena” habitam as profundezas do Oceano Atlântico, entre 200 e 1.100 metros de profundidade. Os pesquisadores explicam que, apesar do visual assustador, esses animais são fundamentais para processos ecossistêmicos que aumentam o sequestro de carbono e auxiliam na regulação climática do planeta.

Devido à baixa interação com a luz e aos altos níveis de pressão nas águas profundas, os peixes alienígenas têm metabolismo baixo, elevada tolerância às alterações ambientais e complexo sistemas visuais e de bioluminescência, que é a capacidade de emitir luz fria e visível por organismos vivos. Isto é, eles conseguem brilhar no escuro.

O pesquisador da UFRPE Leandro Nole espera que as informações publicadas ajudem no entendimento do funcionamento e evolução dos ecossistemas marinhos e ajudem a promover iniciativas de conservação.

“Os ecossistemas marinhos são fundamentais para a sobrevivência de milhares de espécies, incluindo a de humanos. E eles são impactados de inúmeras formas, como mudanças climáticas, poluição e destruição de hábitat. Precisam ser protegidos. Mas não é possível cuidar do que não conhecemos”, enfatizou Nole.