BrasilAgro abandona projeto que destruiria 10,4 mil hectares no Norte de Minas

Crédito: Divulgação/Amda

Mobilização social foi decisiva para o arquivamento do projeto que ameaçava a biodiversidade e comunidades tradicionais do Cerrado.

A Companhia Brasileira de Propriedades Agrícolas (Brasil Agro) desistiu de projeto agropecuário em Bonito de Minas, no Norte do Estado, e solicitou arquivamento do processo de licenciamento que tramitava no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). 

Prevendo a derrubada de 10.385 hectares, o projeto sofreu grande resistência da sociedade civil, diante dos gigantescos impactos ambientais e sociais. A área, contígua ao Parque Estadual Veredas do Peruaçu, é utilizada por comunidades locais para coleta de frutos e plantas.

Para o Engenheiro Florestal da Amda, Ravi Mariano, a mobilização da sociedade foi um dos motivos da desistência, mas significa apenas vitória parcial. “Precisamos garantir que a área seja protegida e não sabemos o que a empresa pretende fazer”, disse. 

Apresentado em março na Câmara de Atividades Agropecuárias (CAP) do Copam, o projeto já tinha recebido parecer favorável da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad). Apesar das fortes lacunas dos estudos ambientais apresentados pela empresa, que não consideraram a presença de espécies ameaçadas, baixa disponibilidade de água e impactos para as comunidades, a Semad recusou-se a reavaliá-los.

 “Chegamos num ponto lamentável de retrocesso da política ambiental em Minas que prejudica o meio ambiente e empreendedores. Não se pode mais ignorar a necessidade de “licença social”, pois a sociedade tem direito de ser ouvida e participar dos processos de licenciamento”, diz Dalce Ricas, superintendente da Amda.

Nos estudos ambientais a empresa afirmava que a área era largamente antropizada, embora imagens de satélite mostrassem que a maior parte do local não havia sofrido intervenção nos últimos 40 anos, estando em estágio avançado de regeneração.

A Amda teve participação ativa na luta contra o empreendimento, por meio de campanha nas redes sociais, envio de denúncia a acionistas da empresa, à Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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