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Novas espécies de rãs-gigantes-de-corredeira são encontradas

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Novas espécies de rãs-gigantes-de-corredeira são encontradas
Exemplar de Phantasmarana curucutuensis macho adulto./ Crédito: Leo R. Malagoli

Duas novas espécies de rãs-gigantes-de-corredeira foram descobertas no Parque Estadual Serra do Mar, nos municípios de Itanhaém, Cunha e São Luís do Paraitinga, em São Paulo. As espécies, restritas à maior porção contínua e preservada de Mata Atlântica do Brasil, foram nomeadas de Phantasmarana curucutuensis e Phantasmarana tamuia.

As descobertas são resultado de diversas expedições, algumas iniciadas em 2007, e da revisão de materiais depositados em coleções científicas e museus. Para chegar aos resultados, os pesquisadores estudaram as proximidades genéticas das espécies e conseguiram descrever importantes características dos animais, confirmando que ainda existem grupos de rãs desconhecidos pela ciência.

“Com o levantamento de informações genéticas e análise de características anatômicas de rãs adultas e juvenis, foi possível identificar que novas populações encontradas em diferentes porções do Parque Estadual Serra do Mar correspondiam a espécies novas, que foram agora apropriadamente descritas e reconhecidas pela ciência”, afirmou o zoólogo Fábio de Sá, líder do estudo e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas.

Phantasmarana curucutuensis recebeu este nome em homenagem ao Núcleo Curucutu do parque Serra do Mar, em Itanhaém, onde foi encontrada. Já Phantasmarana tamuia, restrita aos Núcleos Cunha e Santa Virgínia, localizados nos municípios de Cunha e São Luís do Paraitinga, é uma referência aos Tamoios, povos que lutaram contra a invasão de seus territórios durante a devastação da Mata Atlântica, na época da colonização.

Tamuia foi escolhido por representar força e resistência, sendo uma palavra derivada da língua Tupi. Assim como suas congêneres, é uma sobrevivente das modificações em seu ambiente natural. Os pesquisadores explicam que, apesar do tamanho avantajado, entre 7,5 e 12 centímetros, é difícil avistar rãs-gigantes-de-corredeira,
pois fogem ao menor sinal de movimentação humana.

Características

As rãs-gigante-de-corredeiras vivem em tocas em riachos de águas cristalinas presentes Mata Atlântica. Essas espécies são encontradas principalmente em ambientes com altitudes superiores a 700 metros acima do nível do mar, como a Serra do Mar e da Mantiqueira. Antes do desenvolvimento da pesquisa, o número conhecido para essas rãs era de apenas seis. Agora, o grupo cresceu para oito.