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Povos indígenas capturam 228 mil toneladas de carbono no Amazonas

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Povos indígenas capturam 228 mil toneladas de carbono no Amazonas
Credito: Adriano Gambarini/Divulgação

Guardiões das florestas reconhecidos pela ONU, os povos indígenas são agentes inestimáveis contra as mudanças climáticas. Novo relatório do projeto Raízes do Purus, mostrou que os povos Apurinã, Paumari, Jamamadi e Deni, que vivem em seis territórios protegidos no Amazonas, contribuíram com a redução de 228 mil toneladas de dióxido de carbono que iriam para a atmosfera. O estoque mantido equivale a 114 milhões de árvores em pé.

O levantamento quantificou as emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEEs) promovidas no ano passado pelo projeto, que apoia o manejo sustentável do açaí, pirarucu, castanha e copaíba. A iniciativa também promove a implementação de sistemas agroflorestais nesses territórios, com patrocínio da Petrobras.

Ao todo, foram analisados 246 mil hectares de florestas onde são realizadas as atividades de manejo apoiadas pelo Raízes do Purus. A análise comprovou a eficácia do trabalho tanto para a proteção de terras indígenas quanto para a mitigação das mudanças climáticas.

Bom para as florestas, bom para o clima

A estimativa é que durante os quatro anos de execução da iniciativa, entre 2021 e 2024, sejam removidos aproximadamente 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e) da atmosfera. Além de regulador climático, o projeto contribui com a preservação de mais de 2,3 milhões de hectares na Amazônia.

Gustavo Silveira, coordenador técnico da Operação Amazônia Nativa (Opan), responsável pelo projeto, explica que “quanto maior o número de árvores saudáveis em pé, maior será a quantidade de carbono armazenado na floresta e a sua capacidade de absorver o carbono da atmosfera. A coleta de castanha, o manejo do pirarucu, as atividades produtivas de maneira sustentável, todas elas dependem da floresta viva”.

Estudos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) mostram que, em média, uma floresta madura de terra firme, captura em torno de 500 quilos a 1 tonelada de carbono por hectare.

Junto com as comunidades, o projeto desenvolve ações para garantir que os povos indígenas, que colaboram com a proteção das florestas, tenham condições de preservá-las.

“O manejo possibilitou que os povos indígenas envolvidos no projeto retomassem o controle sobre suas terras, impedindo atividades predatórias e expulsando invasores, com a vigilância feita pelas próprias comunidades”, ressaltou o coordenador do Raízes do Purus, Leonardo Kurihara.

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