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Plástico compõe 48,5% do lixo encontrado nas praias brasileiras

Plástico compõe 48,5% do lixo encontrado nas praias brasileiras

Todos os anos, mais de 25 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no mundo todo têm como destino final os oceanos. Somente o Brasil é responsável por 8% desse volume. Segundo diagnóstico do programa Lixo Fora D’Água, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o plástico corresponde a 48,5% dos itens que vão para o mar no país.

Além do plástico, bitucas de cigarro, isopor, roupas e os apetrechos de pesca estão na lista dos 15 itens mais encontrados nas praias brasileiras. Eles correspondem a 80,3% dos resíduos que vão parar no mar no país.

Na cidade de Santos (SP), as bitucas representam 51% e 34% do lixo descartado nas praias nos períodos de verão e inverno, respectivamente. Além de sujar as faixas de areia do litoral, as guimbas de cigarro são altamente poluentes.

Lixo Fora D’Água

O levantamento faz parte de um trabalho feito pela Abrelpe desde 2018 em 11 cidades da costa onde vivem 14 milhões de habitantes. Ao longo dos 8.500 km de costa litorânea do Brasil há cerca de 280 municípios, divididos em 17 estados, onde se encontram 58% da população nacional.

Além dos residentes, há milhões de turistas que visitam o litoral brasileiro a cada ano, o que aumenta a geração de resíduos sólidos. Segundo estimativas da Abrelpe, mais de dois milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos os anos no Brasil.

De acordo com a associação, esse número pode ser ainda maior já que as 30 milhões de toneladas de lixo que seguem para destinação inadequada, ou seja, lixões e aterros controlados, que ainda existem em todo o país, podem acarretar um acréscimo de três milhões de toneladas de lixo no mar a cada ano.

As três principais fontes de poluição marinha são as ocupações em áreas irregulares, próximas a cursos d’água, os canais de drenagem que atravessam a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia.

“Os resultados do programa Lixo Fora D’água permitem afirmar que a melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestrutura de limpeza urbana nas cidades, que deve acontecer junto a programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, ressaltou o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.