Complexo Minerário Serra do Taquaril será discutido no Copam
Está pautada para a reunião da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Estadual de Política Ambiental (CMI/Copam) de amanhã (25/3), a análise de processo de instalação do Complexo Minerário Serra do Taquaril, em Nova Lima, nas proximidades da divisa com Belo Horizonte e Sabará. A responsável pelo empreendimento é a Taquaril Mineração S/A (Tamisa).
Segundo parecer da Superintendência de Projetos Prioritários (Suppri), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), o processo está vinculado a quatro outorgas, sendo uma de canalização referente ao dreno de fundo, duas de barramento sem captação, referente às bacias de contenção de sedimentos, e uma de captação em poço subterrâneo. Também será necessária a supressão de 41,27 hectares de Mata Atlântica.
Embora os conselhos do Parque Estadual da Baleia e da Serra do Rola Moça tenham votado contra a instalação do empreendimento que afeta as unidades de conservação, a Superintendência de Projetos Prioritários emitiu parecer favorável à mineração, sem sequer mencionar a decisão desses colegiados.
O IEPHA, em dezembro de 2021, entregou ao governo, documento recomendando tombamento da área. No entanto, conforme notícia do site Lei.A, publicada hoje (24), dez dos 21 conselheiros do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) informaram que, embora se esforcem para o tombamento do conjunto de montanhas, encontram forte resistência do governo estadual em suas diversas instâncias.
Para Maria Dalce Ricas, superintendente da Amda, não há mais espaço para a atividade minerária de forma sustentável na Serra do Curral. “Mineração é atividade importante para as sociedades humanas, mas há locais em que valores ambientais, sociais e culturais devem predominar sobre atividades econômicas. É o caso da Serra, símbolo cultural da RMBH. O Estado e municípios como Nova Lima e BH precisam implantar políticas reais para sua proteção. A Serra abriga valiosos ambientes naturais que são importantes corredores ecológicos entre áreas protegidas da região metropolitana da RMBH, abrigam espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora e geram serviços ambientais de grande importância como produção de água”.
